A viagem oficial de estudo e de pesquisa que o sociólogo brasileiro Gilberto Freyre efectuou durante cerca de seis meses pelas províncias portuguesas entre Agosto de 1951 e Fevereiro de 1952, a convite do Ministro do Ultramar Sarmento Rodrigues, constituiria ponto de partida para a apropriação das suas teorias pelo regime salazarista. É nesta data que é utilizada pela primeira vez a expressão “ luso-tropicalismo”.
Gilberto Freyre esteve em Macau, Timor, Ilha de São Tomé e Príncipe, seguido pelas autoridades locais e mandatado por Lisboa, visitando também a Madeira, Guiné, Cabo-Verde, São Tomé, Angola e Moçambique. Da visita a estes territórios é publicado no Brasil, em 1953 e um depois em Portugal, o livro “ Aventura e Rotina”, uma espécie de diário de viagem, tendo como subtítulo “ sugestões de uma viagem à procura das constantes portuguesas de carácter e de acção” e Um brasileiro em Terra Portuguesa. Salazar que desconhecia em parte a obra do sociólogo no verão de 1951, ia progressivamente familiarizando-se com ela.
A teoria do luso-tropicalismo, iria inspirar numerosos investigadores e universitários portugueses, entre os quais o Prof. Adriano Moreira, especialista em relações internacionais e bom conhecedor do funcionamento das Nações Unidas. Foi Professor na antiga Escola Superior Colonial, que mais tarde passou a Instituto Superior de Estudos Ultramarinos para o qual foi nomeado Director ( 1958 ). O Prof. Adriano Moreira dirigia ainda o Centro de Estudos Políticos e Sociais da Junta de Investigações, dependente do Ministério do Ultramar. Enquanto docente, Adriano Moreira desempenhou um papel importantíssimo na difusão e ensino do luso-tropicalismo.
Os fundamentos do luso-tropicalismo baseavam-se na miscigenação, fusão cultural e ausência de preconceito racista. Tratava-se de uma crença muito partilhada em Portugal à época, fundada na originalidade de uma colonização sem preconceito racial e propícia a mestiçagem. Era o papel histórico de Portugal, apresentado como missão evangelizadora: Uma Mística Luso-Cristã de Integração. Esta teoria quase é defendida nas comemorações henriquinas – V Centenário Henriquino, em 1960 – por Gilberto Freyre, enaltecendo a figura do Infante D. Henrique que “concorreu decisivamente para dar às relações de europeus com não-europeus, de brancos com povos de cor, um rumo peculiarmente luso-cristão. Esta homenagem agradava sobremaneira a Salazar que tinha o Infante D. Henrique como figura mitológica: o “sábio de Sagres” e percursor da “missão evangelizadora”. Desta forma, com cinco séculos de distância, o círculo estava praticamente fechado: Iniciado no século XV com D. Henrique, a mística luso-cristã de integração, cumpria-se com a política ultramarina de Salazar.
O Estado Novo, passou da “ mística imperial “, impulsionada por Armindo Monteiro ( 1930 ) para a “mística luso-cristã de integração”, inspirada por Gilberto Freyre ( 1960).
Gilberto Freyre esteve em Macau, Timor, Ilha de São Tomé e Príncipe, seguido pelas autoridades locais e mandatado por Lisboa, visitando também a Madeira, Guiné, Cabo-Verde, São Tomé, Angola e Moçambique. Da visita a estes territórios é publicado no Brasil, em 1953 e um depois em Portugal, o livro “ Aventura e Rotina”, uma espécie de diário de viagem, tendo como subtítulo “ sugestões de uma viagem à procura das constantes portuguesas de carácter e de acção” e Um brasileiro em Terra Portuguesa. Salazar que desconhecia em parte a obra do sociólogo no verão de 1951, ia progressivamente familiarizando-se com ela.
A teoria do luso-tropicalismo, iria inspirar numerosos investigadores e universitários portugueses, entre os quais o Prof. Adriano Moreira, especialista em relações internacionais e bom conhecedor do funcionamento das Nações Unidas. Foi Professor na antiga Escola Superior Colonial, que mais tarde passou a Instituto Superior de Estudos Ultramarinos para o qual foi nomeado Director ( 1958 ). O Prof. Adriano Moreira dirigia ainda o Centro de Estudos Políticos e Sociais da Junta de Investigações, dependente do Ministério do Ultramar. Enquanto docente, Adriano Moreira desempenhou um papel importantíssimo na difusão e ensino do luso-tropicalismo.
Os fundamentos do luso-tropicalismo baseavam-se na miscigenação, fusão cultural e ausência de preconceito racista. Tratava-se de uma crença muito partilhada em Portugal à época, fundada na originalidade de uma colonização sem preconceito racial e propícia a mestiçagem. Era o papel histórico de Portugal, apresentado como missão evangelizadora: Uma Mística Luso-Cristã de Integração. Esta teoria quase é defendida nas comemorações henriquinas – V Centenário Henriquino, em 1960 – por Gilberto Freyre, enaltecendo a figura do Infante D. Henrique que “concorreu decisivamente para dar às relações de europeus com não-europeus, de brancos com povos de cor, um rumo peculiarmente luso-cristão. Esta homenagem agradava sobremaneira a Salazar que tinha o Infante D. Henrique como figura mitológica: o “sábio de Sagres” e percursor da “missão evangelizadora”. Desta forma, com cinco séculos de distância, o círculo estava praticamente fechado: Iniciado no século XV com D. Henrique, a mística luso-cristã de integração, cumpria-se com a política ultramarina de Salazar.
O Estado Novo, passou da “ mística imperial “, impulsionada por Armindo Monteiro ( 1930 ) para a “mística luso-cristã de integração”, inspirada por Gilberto Freyre ( 1960).
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