quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O ‘INDÍGENA’ AFRICANO E O COLONO ‘EUROPEU’: A CONSTRUÇÃO DA DIFERENÇA POR PROCESSOS LEGAIS1

O ‘INDÍGENA’ AFRICANO E O COLONO ‘EUROPEU’: A CONSTRUÇÃO DA DIFERENÇA POR PROCESSOS LEGAIS1

MARIA PAULA G. MENESES

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS, UNIVERSIDADE DE COIMBRA 

Resumo: As representações da história medeiam as relações sociais e os processos
identitários, sendo instrumentais na criação e gestão identitária, ao determinar, de forma
fundamental, que projectos e perspectivas são vistos como legítimos e validados através de
actos de memória. As lutas pelas memórias no reconstituir de sentidos e de novos espaços
geopolíticos continuam marcadas pelos impactos da fractura abissal colonial moderna.
Numa leitura que privilegia Moçambique como espaço de referência, este artigo, que se
conjuga na intersecção entre a antropologia e a história, procura questionar continuidades
coloniais no presente, revisitando, ao espelho, os complexos debates que formatam a
intervenção colonial portuguesa a partir da República.
Palavras-chave: Missão civilizadora, Portugal, Moçambique, colonialismo, República.



1 Este texto foi produzido no âmbito de uma reflexão mais ampla realizada no Centro de Estudos Sociais, sob
coordenação de Silvia Maeso, em torno a indígenas, nativos e nações. Parte da análise aqui apresentada
reflecte os resultados de um projecto de investigação, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia
– Portugal (PTDC/CED/64626), coordenado por Marta Araújo. A ambas o meu agradecimento pelos diálogos
sobre o tema; ao comentador anónimo, o meu obrigado pela leitura cuidadosa e pelas interpelações.
2 Convém ressalvar que longe de se constituir como uma política estática, a missão civilizadora conheceu
várias transformações no panorama político colonial português.



CONTINUA...

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