sábado, 21 de julho de 2012

Ensino em Angola na época colonial: Levar a Escola à Sanzala







 


 Para lêr, o PLANO CASTILHO, CLICAR 

[PDF]E P I S T E M E




Há 50 anos, em 1962, Amadeu Castilho Soares concebeu e lançou um plano de escolarização e ensino da Língua Portuguesa em Angola, designado por ”Levar a Escola à Sanzala”. Este plano integrava a formação de professores, o ensino escolar nas comunidades tribais do território, a elaboração de manuais didácticos para apoio aos professores e a criação de livros de iniciação à leitura, para o ensino da Língua Portuguesa. Foi a primeira vez que tal foi realizado, na história da colonização portuguesa.


O desenvolvimento do plano levou, em poucos anos, a uma ”explosão do ensino” em Angola e à sua extensão a outros territórios africanos sob administração portuguesa, nos quais a generalização da Língua Portuguesa permitiu que a mesma fosse proclamada como Língua Nacional desses territórios, quando da sua independência, e à instituição da Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).



Segundo Luiz Chinguar, em "Ossos da colonisação 3: "em 1970 o Bié tinha 200 postos escolares, com professores habilitados e salários em dia, e 400 postos escolares em missões católicas e protestantes. Todos os alunos recebiam livros e material didático usufruindo de almoço, tudo gratuitamente.
No aspecto humanístico o programa “Levar a Escola à Sanzala” foi o de melhor teor e o que mais contribuiu para a elevação do nível escolar dos africanos. Foi uma mais valia notável para os quadros que ficaram em Angola e que “aguentaram” o vácuo humano que se verificou ao ser proclamada a independência"


A revolução operada no ensino primário teve repercussão internacional, sublinhando o prestigiado "The Economist" que, de 1961 a 1963, o número de africanos beneficiando de escolarização duplicara; e comentando que "não podendo os alunos ir à escola, a escola vai agora até eles". Do mesmo modo, o Centro de Estudos Estratégicos da Universidade de Georgetwon, de Washington, assinalava quer a africanização dos livros escolares quer o desejo, neles patente, de inculcar o espírito do multi-racialismo. DAQUI



Isto foi há 50 anos e é justo aqui recordar o mérito Amadeu Castilho Soares.

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