sexta-feira, 11 de maio de 2012

As lutas de emancipação dos povos africanos e a actualidade do legado de Amílcar Cabral




“Não vamos utilizar esta tribuna para dizer mal do imperialismo. Diz um ditado africano muito corrente nas nossas terras, onde o fogo é ainda um instrumento importante e um amigo traiçoeiro (...), que 'quando a tua palhota arde, de nada serve tocar o tam-tam '. À dimensão tricontinental, isso quer dizer que não é gritando nem atirando palavras feias faladas ou escritas contra o imperialismo, qualquer que seja a sua forma, é pegar em armas e lutar. É o que estamos a fazer e faremos até à liquidação total da dominação estrangeira nas nossas pátrias africanas”.

Estas palavras, proferidas por Amílcar Cabral em Havana, em 1966, na I Conferência de Solidariedade dos Povos da África, da Ásia e da América Latina, balizam este texto. Pretende-se, por um lado, fazer uma releitura actualizada do pensamento de Cabral, cujo 80.º aniversário do nascimento se assinalou por estes dias na Guiné-Bissau e em Cabo Verde, países que conquistaram a independência há três décadas, fruto da luta de libertação nacional por ele pensada, organizada e conduzida. E, por outro lado, reflectir sobre as perspectivas das lutas anti-imperialistas que no início do século XXI se travam em África.

Nesta era em que os povos enfrentam “a ofensiva global do capitalismo para se impor em todo o Mundo como sistema único e final” , é interessante confrontar a realidade dos nossos dias com o legado teórico do fundador do Partido Africano da Independência da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC), assassinado há três décadas por agentes do colonialismo português. E, à luz dos seus postulados, colocar velhas questões para as quais procuramos novas respostas: qual a situação dos povos africanos, conquistadas as independências formais, face à dominação imperialista? Que lutas se travam hoje? Estão ainda longe os sonhos do congolês Patrice Lumumba, do ganês Kwame Nkrumah, do guineense-caboverdeano Amílcar Cabral, do angolano Agostinho Neto, do moçambicano Samora Machel, do sul-africano Nelson Mandela, heróis da Humanidade, estão ainda longe os sonhos de uma África independente, unida, desenvolvida, próspera, sem exploração do homem pelo homem? 



TEXTO INTEGRAL, CLICAR AQUI
 por Carlos Lopes Pereira

2 comentários:

Antº Rosinha disse...

Mas porque se continua a mentir sobre os "agentes portugueses" que mataram Amílcar?

A quem serve a mentira se os guineenses sabem que foram guineenses que o mataram?

Porque alguns querem continuar a fazer os guineenses de ignorantes?

Antº Rosinha disse...

Graças à ingenuidade destas figuras que apareceram à 50 e tal anos, apesar de poucos, fizeram tais estragos que a Guiné-Bissau está prestes a desaparecer como PALOP