Este blog visa apenas dar visibilidade a textos de autores considerados de interesse para a compreensão da História Colonial de Angola. Por abarcar os mais diversas abordagens, é um blog dedicado aos de espirito aberto, que gostam de avaliar assuntos, levantar questões e tirar por si próprios suas conclusões. É natural que alguns assuntos venham a causar desagrado, e até reacções da parte daqueles cujas perspectivas estejam firmemente cristalizadas.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Um pouco de História de Angola
UM POUCO DE HISTORIA DE ANGOLA
Debruço-me hoje sobreaeventual perspectiva daexistênciade um bastião brancoem África, no século XX, como há dias foi aqui aflorado. É o direito deuma opinião ealguma gente concorda com ela, especialmentealguns que se sentem derrotados pelo Império. Mas mais uma vez, pela premissade considerar que o outro império, o império da opinião é igual para todos, não estandoeu condicionado ou diminuído pelo papel da liberdade que meassiste paraapontar o dedoa quem não gosta que se lho aponte, digo queessa perceptiva foi uma verdadeira idiotice. No mínimo!... Pois nem os ultras da direitado regime queapoiavam Salazar defendiam essa tese, pois já esperavam o nosso desastreem África. Eles sabiam queera só uma questão de tempo.
Bastaria tão só aos copistas estudarem, mesmo superficialmente, um pouco da HistóriadeAngolae da própria África, para se convencerem que não era possível a criação de um bastião brancoaSuldo continenteafricano.
Paraaqueles queno passado tiveram alguma pretensão nesse sentido, recordem-sedos exemplos dos rodesianos de Ian Smith ou dos sul-africanos de John Voster ou de Pick Botha. Basta olhar para o estado caótico em que o primeiro país seencontraenoactual charco onde chafurda o segundo. Onde mora o tal bastião branco? A única verdadeexistentee que mundo ocidental aceitou desde o século passado, é amplamente redutora: África para os africanos.
Mas vamos incidir o nosso olhar apenas na históriadeAngola para percebermos ondeelanos conduz e perceber também a posição e o estadodoleuconacionalismoangolanoo qual vem demonstrar quea tese proposta paraa implementação de um bastião brancoem África não tinha qualquer viabilidade.
Após 500 anos Diogo Cão ter aportadoem território angolano, é um facto indesmentível quedeixámos um país de que os angolanos se podiam orgulhar. Noentanto, esses 500 anos não representam de maneira nenhumaumaefectiva colonização. E é esta tese que tenho defendido publicamentee não vi ninguém contrariá-la com bases sustentáveis.
Mas quais cinco séculos de colonização? Esta é outra grande mentira, explorada não só em Portugal pelos partidos e políticos pantrampistas, quedesconhecem a verdadeira HistóriadeAngolae quea maioria da populaça, ignorante, subserviente, encaixou.
Quando referem os 500 anos deexploração colonialistaem Angola, esquecem-se quea verdadeira colonização só teve lugar a partir dos finais do século XIX eapenas nalgumas zonas litorais desse vasto território. Como falar de “cinco séculos” de colonização/exploração em que o colonizador não aparece, senão na viragem do século XIX para o século XX? Antes, existiam apenas algumas feitorias a longo da costade África, para darem apoio aos descobrimentos, complementados por mais meia dúziade presídios militares. Todo o interior encontrava-seabandonado. E é preciso não esquecer os anos queentretanto os holandeses governaram Luanda. Paraalém disso, é umaevidência que para haver colonização tinham queexistir colonos e ocupação territorial.
Porqueeles não dizem a verdade? Até ao anode 1914, aadministração portuguesaestavaapenas instaladaem duas cidades do litoral, Luandae Benguela. Por isso eram considerados apenas dois reinos em Angola: o reinode Luandae o reinode Benguela, este último estendia-se à Catumbela, que durantedois séculos foi o maior entreposto comercial do reinode Benguela No interior do território aacção reduzia-seauma política quedependia das alianças frágeis, ambíguas, com os chefes locais. Eesta cambadade pantrampistas, intelectualmentedesonestos, falade 500 anos de colonização porque são gente ignorante que não conhece o mínimo de História daquele país. Angola nunca foi o Jardim do Éden, mas foi muito pior nas outras colónias europeias. A grande diferença é queas suas metrópoles nunca reivindicaram nem cinco, nem quatro, nem três séculos de colonização, excepto o caso da ÁfricadoSul. Até 1914, o país Ovambo noSulera totalmente independente. A Leste, na Lunda, as terras Tshokwe, só foram ocupadas em 1920 ANorte, entre os Congo, a oposição durou até 1919, enquanto que os Dembos só foram pacificados em 1918. A verdadeira colonização só começou a partir de 1945 ea partir das terras doSul, do Cuamato, Huíla, Humpata, etc., o resto, são tretas desses ignorantes. É preciso não esquecer também a utilização, ocupação eexploração do interior do território, pelos ingleses, holandeses, alemães duranteanossaadministração.
Agora tudo, mas tudo, tem de girar à voltade tudo isso que é o enquadramento da independência. Amenos que se digade caras, como dizem alguns, que o outro tempo era melhor. Então aí a conversa é outra.
É preciso que se saiba, que os brancos doantigamente, tanto colonos como filhos de colonos, desempenharam um papel de relevo no seio do fenómeno nacionalistaangolano. Primeiro foi um protesto autonomista nas primeiras décadas do século XX edepois, promovendouma corrente nacionalista própria, com os seus movimentos e organizações partidárias, com os seus presos eexilados políticos, vítimas da violênciaedoautoritarismo do colonialismo português.
Naquele tempo havia três correntes; a progressista, a liberal ea conservadora. A corrente progressistadefendiauma independência sob o governode maioria negra considerando o respeito do princípio de “uma cabeça, um voto”. Depois existiaa liberal, que propunhauma independência conduzida por uma minoria branca mas integrando politicamenteas elites mestiças e negras europeizadas, os tais chamados assimilados e propunha também aabolição das estruturas deexploração colonial, tendocomo modelo o Brasil. Por último, tínhamos a corrente conservadora, queapontava parauma independência selectiva sob o domínio, ou pelo menos, a hegemonia da minoria brancaea manutenção das estruturas deexploração económica que recaíam sobrea população negra, aexemplo do que se passavaao lado na ÁfricadoSul ondeexistia um regimede supremacia branca. Noentanto o nacionalismodos brancos angolanos foi rejeitado pelas elites negras e mestiças dos três movimentos de libertação, tendoassim contribuído fortemente paraessa mesma rejeição a instrumentalização da ideiade raça. Em Angola, a ideiade raça teve um papel importanteno duplo processo deexclusão políticadobrancoede identificação do negro edo mestiço com o africano. Este processo teveas suas raízes no próprio sistema colonial português, pois duranteadominação colonial, a ideiade raça foi utilizadacomoelemento para se distinguirem os ditos “civilizados” dos “indígenas”. Para isso contribuiu um instrumento jurídico que foi por excelência o mecanismo mais evidentedo racismo português, o chamadoEstatuto do Indigenato, abolidoem 61, quedeterminava que os brancos, só porqueeram brancos, eram automaticamente considerados civilizados, enquanto os negros, eaté certo ponto os mestiços, tinham de provar a sua civilização, através de testes estabelecidos pelas autoridades coloniais, e se fossem aprovados, tornar-se-iam “assimilados”. Isto porque os colonialistas portugueses entendiam que os negros, queeram 95% da população, eram à priori incivilizados, sendo por isso remetidos paraa categoriade indígenas. Assim, as diferenças entre civilizados e indígenas eram enormes: os primeiros eram cidadãos portugueses, os segundos meros sujeitos colonizados, sem direitos cívicos e políticos e compelidos ao trabalho obrigatório.
Mas no movimento nacionalistaangolano procedeu-seauma inversão de posições. O negro eraentendidocomo o homem autenticamenteafricano, o colonizado, enquanto o brancoera considerado um elemento estranho a África, o colonialistaeuropeu. A raça serviu assim, novamente, deelemento de distinção edeexclusão. Distinguiu os brancos dos negros e mestiços e legitimou aafricanidadedos dois últimos, da qual os brancos foram quase sempreexcluídos. Por outras palavras, o branco não podia ser africano porqueerabranco, enquanto o negro eraafricano só porqueera negro. Assim, segundo os pensadores da época, cabiaao negro exclusivamentea missão histórica da libertação dos povos africanos. Libertação essa queem Angola foi pensada sem a participação dos brancos, como também à custa da suaexpulsão.
Muitos dos que se proclamavam anti-racistas, tinham dificuldadeem aceitar os brancos na luta nacionalista, como se temessem a sua concorrência numa futura nação independente.
Resumindo: foi a cristalização duma formade racismo anti-racista ou do racismo dos anti-racistas. Aliás, isso já tinha sido bastantenotório quandoem finais dos anos 50, o Cadima, o Manuel Dores, mais um operário português, criaram no Huambo a primeira célulado Partido ComunistaAngolano. Eram todos os quatro “branquinhos” da Silva. Um engenheiro, dois doutores e um operário. Claro que não durou muito tempo, porque os mentores europeus dos partidos comunistas não queriam brancos nos PC africanos. Inclusive, o Partido Comunista Português queaté era o seu mentor, só reconheceu os direitos dos povos colonizados à independênciaapenas em 1957. Até aí, os comunistas sempredefenderam a política colonial de Salazar.
Os tipos defendiam o princípio de que os nacionalistas tinham de ser todos negros ou árabes. Mais tarde quandoestavam noexílio em Paris, aquele grupo já organizadocomo FUA, tirandouma jovem mulata, era constituído por brancos, o que causava grande confusão aos comunistas franceses que davam apoio à sua rede, pois tal como já acontecera com os comunistas portugueses, também pensavam que os comunistas angolanos só podiam mesmo ser negros. Por essa razão nos seus apoiantes começavam a criar-se dúvidas o facto desse grupo ser todo constituído por brancos. Mas eles conseguiram demonstrar que não eram um grupo de ignorantes políticos, mas sim pessoas honestas, obstinados, sacrificados e bem organizados, pois já dispunham deuma rede clandestinade ligações muito eficazes com Portugal eAngola, Assim não convinha à rede francesa cortar o seu apoio, pelo menos enquanto não conseguissem entrar noesquemas destas ligações.
Faziam partedesse grupo, Ernesto Lara Filho, Avidago, Mário Nobre João, Mariado Céu Carmo Reis, Artur Pestana (Pepetela), Adelino Torres, Sócrates Dáskalos, João Mendes, Adolfo Maria, entre outros.
Durante o processo de transição paraa independência, as elites brancas, foram as primeiras a ficarem de fora da corrida pelo poder, pois eram a que menos argumentos nacionalistas podiam apresentar no quadro da luta pela independência. Os brancos, após reduzidos ao seu significado étnico, foram publicamenteapresentados como os principais agentes e beneficiários daexploração colonial portuguesa, retomando-seargumentos anteriormenteavançados durante o genocídio noNortedeAngolaem 1961. Convém não esquecer que nós brancos totalizávamos apenas 4% da população angolanaeexistiam apenas cercade 1% de mestiços. No último censo devidamente organizado com pés e cabeça, feito em 1970, a minoria brancaangolana totalizavaapenas 290.000 pessoas ou seja, 5,1% efectivos numa população total de 5.673.050 habitantes. Mas se verificarmos, antes disso éramos muito, mas mesmo muito menos: em 1930 - 30.000 brancos; em 1940 - 44.083 pessoas brancas; em 1950 - 78.826 eem 1960 - 172.529 brancos, crescendo nesta década fruto do conflito de 61 e daabertura que o mesmo obrigou e gerou.
Politicamenteestávamos limitados e quase não se reconhecendo nanossa própria nacionalidade, nós, brancos angolanos, servimos de bodeexpiatório, quer aos anos deexploração colonial portuguesa, quer às limitações edesinteligências donacionalismoangolano. Facea isto, tornam-se menos obscuras as causas do êxododos brancos angolanos, durante o períodode transição paraa independênciado país. Ou já seesqueceram do velho deitado: quem tem cu tem medo?
O colonialismo português tinhauma originalidade queera ser mais centralizadoearcaico de todos, de tal modo que os próprios brancos angolanos seencontravam totalmente subjugados aos interesses de Lisboae, em especial, aos interesses da burguesia portuguesa, quealém de ser atrasada, vivia parasitariamentedo sistema colonial.
Ao contrário do queacontecianoutras colónias europeias, os brancos em Angola nunca dispuseram de influênciaefectiva sobrea colónia pois a governação estava solidamente nas mãos dos ministros de Lisboa, devendo nós em Angola, obedecer cegamentee integralmente às ordens que vinham do Terreiro do Paço. Eessas ordens foram sempre contrárias aos interesses dos angolanos e frequentementeaos dos próprios brancos metropolitanos instalados na colónia. E isso traduzia-seem leis e práticas administrativas eeconómicas. Por exemplo, o branco natural deAngola não tinha o direito de passar do posto de capitão noexército e não tinha o direito também dedesempenhar os mais altos cargos naadministração públicae nem sequer tinha direito a licença graciosacomo os restantes brancos. Os brancos deAngolaeram preteridos nos empregos a favor dos brancos metropolitanos, sendo mesmo relegados parauma posição não muito diferente da compartilhada pelos mestiços. Existia mesmo umadescriminação no trabalho, naescolae na vida social e cultural. Aliás, nós filhos daquela terra, tínhamos plena consciência que tanto o governo português comouma grande parte da malta da metrópole, nos consideravam como “brancos de segunda”.
Oficialmenteaté éramos considerados comoeuro-africanos. Por outro lado, temos que considerar quea comunidade brancaangolana, socialmenteestava bem dividida, geograficamente muito dispersaealém do mais, mais ou menos fracturada. Eessa fracturaera bem acentuadaentre os brancos naturais, já angolanizados, e os indivíduos recém-chegados do continente. De facto, até 1961, a gulado governo português edeuma meia dúziade famílias poderosas seus aliados foram insaciáveis. Eles levavam dali pelos preços mais irrisórios queentendiam pagar, tudo o queAngola produziade bom. Em sentido contrário, os tipos enviavam todaa trampa da suaarcaica produção industrial eagrícola. E isso motivou tensões entreanossa burguesiaea portuguesa. Habilmente, os tipos submeteram o nosso mercadodeexportação aumaescassa meia dúziade famílias poderosas queaexploraram até ao tutano com o alto patrocínio dos próprios governantes, muitos deles com interesses nesses mesmos grupos financeiros. O governo português até 1961 nunca permitiu queAngola progredisse. Proibiu-nos semprede lançarmo-nos livrementeno caminho da industrialização. Paraalém do facto de todo dinheiro gerado pela riquezaali foi produzida, que seria lógico e legítimo queali ficasse para beneficiar quem a produzia, esse dinheiro era todo transferido para os cofres dessa meia dúziade grandes famílias e para o Banco de Portugal.
A vida naquele tempo erade facto uma puta muito explorada que dava muito dinheiro aos seus “chulos”. Disso, não tenho a mínima dúvida!
Por exemplo: eles deviam contar, a nós que somos "ignorantes", como é que o Banco de Portugal em princípios dos anos 70 possuíaa maiores reservade ouro do mundo, (700 Ton.) só ultrapassado pelos EUA. Onde é que foram buscar todoaquele ouro? Falam muito em transparência, mas essa não contam eles, queesse bagulho todo resultou doaproveitamento deescravos moçambicanos queaos milhares foram trabalhar nas minas sul-africanas. E já agora que falamos em poderosas famílias, são essas quase sempreas mesmas que hoje continuam a ter o poder financeiro, tanto lá, como cá e, estão a voltar paraAngola, em peso, agora com investimentos de outra ordem. É vê-los! Angola sempre foi uma árvore das patacas, explorada por esses capitalistas de sempre que só levavam e nada traziam. Hoje lixam-se, começam por entrar com as massas, depois passam a ficar com fifty-fifty ou com a maioriado capital, depois numa segunda fase, passam a minoritários e um diadestes se não se põem a pau ficam a olhar para o ar e tornam a levar com um pontapé no mataco. A verdade é que já existem alguns exemplos desses.
Voltemos então novamente à Históriado passado. É isso queaqui interessa.
Os nacionalistas brancos sempre tiveram pouco peso dentro donacionalismoangolano. Por outro lado, aacção desses brancos recebia mais hostilidadee indiferençado que simpatia, da maior partedos membros da população branca. Apesar desse pouco peso dos brancos, temos queacabar com esse mito de que o nacionalismoangolano foi apenas resultante daacção da maioria negra. Claro, hoje contrariar essa tese não é conveniente nem é politicamente correcto. Disso estou bem ciente. Mas não podemos esquecer o nacionalismodos brancos e também dos mestiços, filhos dos colonos. Por isso deixem de continuar a manipular a História para tentarem justificar a legitimidadede uns ea qualidade daacção nacionalistade outros. Os brancos angolanos foram os primeiros a contribuir paraa criação deuma identidade nacional angolana. A construção deuma cultura nacional ea consciencialização políticade muitos nacionalistas negros e mestiços foi a maior herança que nós, apenas uma minoriadebrancos angolanos, deixámos em Angola. Essa questão donacionalismodos angolanos brancos é propositadamentede há muito ignorada pelos historiadores e políticos, tanto angolanos como portugueses. Mas tal não aconteceu por partede historiadores estrangeiros consagrados, tais como Jonh Marcum, Thomas Okuma, Douglas Wheelen ou do mais conhecido, o francês René Pélissier, que teveaexperiênciade conhecer a realidadeangolana pois andou por lá, no terreno, nos anos 60 e 70.
Existe um velho provérbio que diz tudo: a História é feita pelos vencedores, comprovado com a ideia mais comum de que o nacionalismoangolano se resume à velha história das lutas de negros contrabrancos. É do mais falso queexiste. Só mesmo de ignorantes, esquecendo-sedeliberadamentedo fenómeno nacionalistados africanos brancos.
É um facto histórico, na constituição donacionalismoangolano, que foram os brancos os primeiros a manifestarem-se contra Portugal, com o objectivo de obterem, primeiro aautonomiaedepois a independência. Por exemplo, em Benguelaem 1823 foi criadaa chamada "Confederação Brasílica", cujo objectivo mais que transparenteera conseguir a independênciadeAngolano quadro deuma relação federal com o Brasil, que tinhaascendido à sua independênciaem 7 de Setembro de 1922, o que poria termo dos dois lados doAtlântico à dominação da burguesia portuguesa daEuropa. O apoio que foi dadoaos independentistas brasileiros conheceu em Benguela, com o contributo importante daMaçonaria, a formade revoltaaberta contra o domínio português, a qual só foi debelada com o envio e ocupação da cidade por três companhias militares de infantaria, enviadas propositadamentede Portugal.
Mais tarde, em 1891 foi encenado um golpedeestado militar também em Benguela que terá falhado, sobretudo, devidoauma burguesiademasiado frágil. A constituição de lojas maçónicas, a militâncianos ideais republicanos, assim comoa promoção deuma imprensadebrancos radicais, foram instrumentos utilizados por uma burguesiaangolana principalmentede Benguela, Catumbela, Huilae Moçâmedes. Foi nestas regiões ondedespertou o autonomismo enacionalismobrancoe sedesenvolveu um conjunto de protestos e reivindicações económicas suportado pelas lojas maçónicas ali existentes. Amaçonariaangolanatradicionalmenteidentificadacomoumaorganizaçãosecretadenominada pelo termo ovibundu, Kuribeka, o que só por si já representou um elemento de diferenciação edeautonomiaem relação a Portugal. ( Kuribeka significa “apresentar-se”; oferecer-se”; vir sem ser chamado ).
A Kuribekaera um importante grupo de poder como instituição organizada, amaçonaria , eexistiaem Angola pelo menos desde 1860. Tinhaapenas “lojas” em Benguela, Catumbelae Moçâmedes. Por viadisso, em Janeiro de 1906 foi criada na CatumbelaaAssociação Beneficentedos Empregados do Comércio, cujos membros pertenciam todos à loja maçónica local, assim como todos os membros que nesse mesmo ano fundaram aAssociação Comercial de Benguela. Foram instituições económicas das mais importantes em Angolaem todo o período colonial, tendo tomado posições muito polémicas, em momentos cruciais da vida políticaangolana. Em Dezembro de 1906 foi fundada na Catumbela o Grémio Pró-Pátria, loja maçónicade inspiração republicanaeautonomista que perdurou até finais dos anos sessenta. Não esqueçamos que Benguelae, naaltura, o concelho da Catumbela, foram dos três municípios angolanos (o outro foi o deNovo Redondo), em que o Partido Republicano ganhou as eleições autárquicas em 1906.
Em 1918/1920 houve um enormee violento protesto organizadoem Benguela, no qual se incluiu o bloqueio deestradas, destruição de pontes euma grevede trabalhadores que teve forte impacto naeconomia. A partir de 1923, as manifestações e protestos conheceram uma violência invulgar, inclusive, uma grevede trabalhadores do Caminho-de-Ferro no Lobito tevede ser dominada pelos militares eem 1926 outra grevede trabalhadores brancos paralisou aeconomiade todo o território. Em resultado disso, nasceu em Benguelae com filial na Catumbela, aUDA – União dos Defensores deAngola. Ficaassim demonstradoa importância da correnteautonomista que segundo o historiador René Pélissier, terá assumido laivos de separatismo nos finais da 1ª República, quandoaactividadeeconómicaestá semi-paralisadae quandoa crise financeiraatinge o ponto mais alto. Foi um grupo deelementos da UDA, que olhos nos olhos, deixaram bem claro ao presidente Carmonaaquando da sua vistaem 1938, que“Angola não pode continuar a ser uma quintade luxo, gerida à distância, a bel-prazer de quem desconheceas suas ansiedades”.
Já em 1940 apareceu um movimento em Angola com o fim de promover aemancipação da colónia. Chamou-seOSA, ou seja, Organização SocialistadeAngola.De que foi secretário-geral Sócrates Dáskalos, figura que se vem adestacar na oposição angolana.
Foi esse o maior despertar que levou a juventudeangolanaa um profundoanseio pela liberdade. A OSA teveuma vida muito breve, pois foi violentamente suprimidaatravés deuma vagade prisões ededeportações, feita pela Políciade Segurança Pública, o que levou todauma geração de nacionalistas angolanos à primeira fasedo protesto dos brancos angolanos. Nessaalturaainda não existiaa PIDEem Angola. (nem bufos informadores, nem legionários e seus quejandos. A PIDE só se instalaem Angolaem 1957). Assim, foi graças aesse sentimento de revolta que resultou a ideia da criação daFUA - Frente para Unidadedos Angolanos.Apesar disso, a OSA foi uma vitória políticados angolanos brancos faceao despotismo do governo português, tendo sido um movimento percursordonacionalismobrancoangolanonoCentroeSuldeAngola A OSA tinha objectivos bem precisos e o principal erade por qualquer meio, alcançar a independênciadeAngola. Aexpansão da OSA foi facilitada pelo descontentamento que começou aalastrar-seentrea juventude, filhos deeuropeus, nados e criados ali, que sofriam restrições impostas por Lisboa. Por exemplo, antes de 61 nenhum de nós podia ser oficial doexército ou ter a veleidadedeascender a cargos importantes naadministração pública. Embora não existissem leis escritas, existiaumaenorme barreira invisível a marcar anossaexclusão. Éramos tratados como portugueses ebrancos de 2ª, euro-africanos, colonizados, ainda que não fossemos tão descriminados comoa população negra.
Em 1943 quandoestudavam em Lisboa foi fundada, por iniciativado Sócrates Dáskalos edo Fernando Falcão e outros mais, (acima referidos) a CEA – Casados Estudantes deAngola, mas só após 1948 surgem os primeiros africanos negros na CEA bem como um número relevantede mestiços. É aí que se vê surgir pela primeira vez um negro, o Agostinho Neto edois mestiços, o Mário Pinto deAndradee o Lúcio Lara. Estes dois últimos como não conseguiram dominar a CEA, acabaram por criar organizações paralelas como por exemplo o CentrodeEstudos Africanos, que durou pouco tempo após Mário Pinto deAndrade partir para Paris em 1954.
Até que chegamos à décadade 60. Em Maio desseano, no Lobito eem Sá da Bandeira, o Américo de Carvalho, o Aires deAlmeida Santos e o João Mendes presidiram à formação da Frente Unidade Libertação deAngola – FULA quedeu em nada. Então em Janeiro de 1961, Sócrates Dáskalos, o Luis Portocarrero, o Fernando Falcão, o Carlos Costae o Manuel Farinha, meteram-se num carro e segundoeles, tomaram a picada que ligavaaestradade saída paraa Catumbelaao aeroporto. (contado por Sócrates Dáskalosno seu livro “Um Testemunho paraa HistóriadeAngolado Huambo ao Huambo” / editora Vega / 2000”: «Foi ali, numa tarde queapresentava um lindo pôr de sol quedemos à luz a FUA, Frentede UnidadeAngolana, que veio a tornar-se num movimento político bastante importante».
Chegaram a publicar um jornal com o título deKovaso, queem língua umbundu significavaAvante. Em Angola sempre foi diferentea situação aSul, particularmenteem Benguela, onde Sócrates e tipos como o Portocarrero, o Farinha, o MiraDores e o Falcão, encontraram uma mínima margem de manobra paraactuarem.
Só após os acontecimentos doNorteem 61, a FUA, entrou em contacto com membros da Sociedade Cultural e com alguns elementos da burguesia liberal de Luanda, chegandoa realizarem-se reuniões com eles em Abril de 61. A FUA procuravaapoios em Luanda, a fim deacabar com a repressão colonial eapresentar uma solução ao Governador-Geral para o problema imediato da guerra. NoSul, estavam organizados eacalentavam a ideia da independênciadeAngola que fosse precedidade um períodode transição, na qual gozaríamos doestatuto deautonomia. Já em Luanda, não existiaumaorganização da burguesia branca prontaaactuar. Nem em Luandae muito menos nos outros centros populacionais. Somentenos já citados: Benguela Catumbela, Huíla, Moçamedes eacrescente-se, Nova Lisboa. Paraagravar a situação, os liberais luandenses consideravam que só uma pequena parte da população angolana é que contava, isto é, os brancos, os mestiços euma minoriade negros já considerados assimilados. Erano fundo, a continuação da políticaexistente.
Noentanto, houve membros da burguesiadeAngola que pareciam ter compreendidoa mudançados tempos. Um deles, o grande industrial Manuel Vinhas, em 1961, fez uma viagem de Lisboaa Luanda passando por Leopoldville. Ali, procurou contactar pessoal nacionalista, nomeadamente o MPLA. Parece que sem êxito, pois nessaalturaaindaesse partidoera um pouco incipiente. No regresso, quando chegou ao aeroporto de Luanda, o senhor Manuel Vinhas foi preso e interrogado pela PIDE durante várias horas antes de ser posto em liberdade.
Na época, o MPLAera quaseemblemático, ou mesmo inexistente. Essaa razão , técnicamente sustentável, porque se podeafirmar quea ligação do MPLAaos acontecimentos do 4 de Fevereiro em Luanda não é verdadeira. Segundo o testemunho do companheiro de Neto noexílio, Adolfo Maria, no livro “AngolaNo Percurso de Um Nacionalista – Edições Afrontamento / 2006 ou também comoescreveIko Carreirano seu livro “O Pensamento Estratégico deAgostinho Neto / publicações D. Quixote / 1996, a sua formação como movimento nacionalista tinhaacabadode se dar em 1960 durantea 2ª Conferência Pan-Africanade Tunis. O 4 de Fevereiro não foi mais que um golpede nacionalistas desesperados, comandados por um antigo membro do Conselho Legislativo deAngola, o velho cónego Manuel das Neves. Apenas isso! Tudo o resto foi oportunismo político.
Continuando: após o genocídio de Março eAbril provocado pelos Bacongos da UPA o terror instalou-senos muceques da capital quando centenas debrancos num acto de vingança, invadiram os bairros populares, matando indiscriminadamente todos os “suspeitos” queencontravam pela frente. O caos e o medo instalaram-seem todo o Norteeas autoridades portuguesas foram incapazes de parar os tipos da UPAe reporem a ordem pública. A FUA, em Benguela, na Catumbelaeno Lobito, organizaram-see comandaram milícias compostas por negros, brancos e mestiços com a finalidadede impedir a repetição dos massacres da capital. Foi graças aessaorganização paramilitar que conseguiram controlar a situação, pois no distrito as forças policiais da PSP eram bastanteexíguas. Foi logo nessaaltura, finais deAbril, que resolveram lançar o Manifesto Político dirigido à população deAngola, ondeapelavam ao seu apoio paraa causa daemancipação, paraa imediataautonomiadeAngola, o direito dessa mesma população dispor do seu próprio destino. Esse Manifesto foi recebido pela população com grandeentusiasmo, resultando logo daí num abaixo-assinado subscrito por mais de seis mil e quinhentas pessoas. Esteabaixo-assinado foi logo aproveitado para ser dirigidoao Ministro do Ultramar a pedir aautodeterminação.
Mas acontece queas elites brancas de Luanda, recusaram reconhecer o princípio de independência sob o governo da maioria, recusando mesmo colaborar com a FUA. Concluindo: apenas noCentroe o Sulexistia um protesto nacionalistabranco. Peranteesta situação, a dimensão ea força das actividades nacionalistas entrea população brancaaSul, o governode Lisboaenviou a Benguela o Adriano Moreira, que tinha sidoempossado recentementecomo Ministro do Ultramar, sendoele nessaaltura um acérrimo defensor do luso-tropicalismo.
Houveuma reunião com o dito ministro em Benguela, queantes foi precedidadeuma gigantesca manifestação de trabalhadores negros, brancos e mestiços frenteao palácio do Governador, convocada pela FUAatravés doRádio Clubede Benguela. Nessa reunião o ministro Adriano Moreira ouviu atentamente os dirigentes da FUA, concordando várias vezes gestualmente com a cabeçaeno final pediu-lhes queelaborassem um documento em pormenor em que sedebatessem os objectivos aatingir e os meios que julgassem necessários paraesse fim, que o entregariadepois a Salazar. Essedocumento foi de imediato preparadoe foi-lheentregueno jantar que o obsequiavam nessa mesmanoite naAssociação Comercial de Benguela
Só quea sua simpatia durantea reunião e o constante gesticular da sua cabeçaem sinal de concordância com o queali foi exposto, foi um enormeengodo. Passados poucos dias, chegou a Benguela um contingente militar que ocupou logo os pontos estratégicos necessários ao controlo edomínio da cidade, se necessário fosse. Depois em princípios de Junho de 61 foi a vez da PIDEentrar em acção, lançandouma vasta operação que resultou na prisão de quase todos os dirigentes da FUA. A fúria da repressão salazaristaabateu-secomouma bomba sobre todaa FUA, tanto em Benguela, como na Catumbelaeno Lobito. Incapazes de se organizarem em tão pouco tempo, politicae militarmente contraas forças colonialistas, adicionadoao facto daexistênciade traição duma minoria da população de Luanda que preferiu a ilusória segurançade um regime colonial, reaccionário eantidemocrático, levou a FUAadesmoronar-se rapidamente.
A PIDE continuou a fazer prisões em massa. NoSul foram presos edeportados para Portugal vários membros da FUA: o João Mendes, o Fernando Falcão, o Carlos Morais, o Adolfo Maria, o Luis Portocarrero, o poetaAires deAlmeida Santos entre muitos e muitos outros. Outros fugiram para o exterior e foram-se juntar ao pessoal que já seencontravaem Argel, cidade onde se começaram a levantar problemas de racismo por partede uns quantos negros, segundo Sócrates.
Logo de seguidaa Ditadura fascista, acirrou a legislação racistaea separação entrebrancos, negros e mestiços com o objectivo de sempre: dividir para reinar, evitandoassim qualquer aliança políticaentreas três comunidades. E o genocídio cometido pela UPAem 61, contribuiu ainda mais paraafastamento de muitos brancos da causa nacionalista porque chegaram à conclusão, logo naquelaaltura, que não tinham lugar numaAngola governada por uma maioria negra. E isso ficou provadoem 1975 com o êxododos brancos antes da data da independência. Foi principalmenteesse o motivo: o medoea incerteza, quenos levou (a maioria) aabandonar o país.
Em 1961, já existiam no seio do MPLA problemas do foro racial chegandoao ponto de Viriato da Cruz, ter proposto quea direcção fosse compostaexclusivamente por negros, afim de dar credibilidade internacional ao movimento na sua luta políticae diplomática, contraa UPAde Holden Roberto, enquanto os mestiços deveriam permanecer na retaguardadessa direcção. Isso gerou mesmo um enorme mal-estar entreeles.
O aparecimento em Paris debrancos deAngola, refugiados políticos, exercendoactividades em prol donacionalismoangolano, causou perturbações em vários meios. Para os sectores políticos e humanitários franceses ligados ao apoio a movimentos anti colonialistas, foi grandeanovidade daexistênciadebrancos nacionalistas em Angola. Só conheciam nacionalistas negros eeraassim que concebiam África. De facto, a presençadebrancos nonacionalismoangolanoeraentão uma surpresanos meios intelectuais e políticos europeus. Mas foi uma surpresa positiva, à medida que seaprofundavam os contactos com os brancos noexílio, pois verificaram queeles tinham uma total identificação com o nacionalismo progressista negro. Naquelaaltura, 1961, o branco ou mesmo o mestiço, não podiam continuar a sua luta políticaa não ser aderindo à FUA, pois era impossível um branco ou mestiço serem militantes do MPLA. A FUA nunca foi um entrave para o MPLA, antes pelo contrário, foi um apoio seguro. E isso provou-se durante todo o exílio, pois após a repressão, todos os elementos activos da FUAacabaram por se identificar com o MPLA que, na época, era quase só emblemático. Assim adecisão de ir paraArgel foi motivado quer pelos contactos quea FUA mantinha com as organizações nacionalistas e progressistas das colónias portuguesas, quer pelo simbolismo da própria cidade, a qual era consideradaa “capital” da Revolução Africana.
Certamente que o governoargelino não os teriaacolhido se o MPLA se opusesse à sua ida. Quando chegaram aArgel, eradelegadodo MPLA o doutor Eduardodos Santos, não esteactual presidente, mas sim um grande intelectual, que logo se mostrou preocupado com a possibilidade da imagem do MPLA ser afectada seexistissem relações estreitas com membros da FUA, tendo dado indicação paraesses militantes serem discretos.
Mas a FUA durou pouco tempo. A FUA saiu moribunda da reunião de Blida naArgéliaem Agosto de 1963, emboraa sua dissolução só ocorresse oficialmenteem 1964, pela mão de João Mendes, mantendo-sealgumas células adormecidas, como o caso do Lobito. Ali no Lobito, voltou a renascer já em 1974, após a revolução em Portugal, mas pareceu-me terem acordado tarde paradenunciarem a traição queenvolveu o processo dedescolonização, queeram confirmadas pelas falsas declarações dos principais responsáveis quanto à participação de outras forças políticas. Só em princípio deDezembro de 1974, o Fernando Falcão tomou consciênciado logro em que tinha caído, com as falsas promessas de Rosa Coutinho, do Pezarat Correiaedo Melo Antunes.
Falcão agora resideem Portugal (ainda quarta-feira passei ao lado da sua quinta perto de Setúbal). Falcão foi o verdadeiro líder da FUA. O verdadeiro motor. Foi um homem flexível, um reformista, mas não um revolucionário. Assegurou as ligações do movimento com as actividades económicas quando pensámos no movimento como plataforma paraa independência multirracial deAngola. De referir Mário Soares que, mesmo antes doenunciadodos princípios quedeviam presidir adescolonização deAngola pela Juntade Salvação Nacional, já afirmava que os únicos e legítimos representantes das suas populações eram os movimentos de libertação. Foi essaa razão. Como o cozido à “portuguesa” já estava há muito mais que cozinhado, queem finais de Janeiro de 1975 a FUAemitiu um comunicadoa informar que iam suspender todaa suaactividade política, decorrente da marginalização a que tinham sido votados em todas as negociações paraa independênciadeAngola. Todos esses grandes homens quedesde 1961 lutaram ao ladodo MPLA, noexílio tiveram esse castigo, emboraalguns voltassem aAngolaedesmpenharam lugares dedestraque. Agostinho Neto pelos menos não seesqueceu desses companheiros deexílio.
Depois daquela infâmia, aqueles energúmenos irresponsáveis viraram-nos as costas. De Lisboa, nem Presidente da República, nem Governo, nem Comissão Nacional deDescolonização nem Conselho da Revolução, nem Mário Soares, nem Rosa Coutinho, nem Pezarat Correia, nem todaa suaescumalhadeacólitos, tiveram a coragem de se fazerem representar noarrear da Bandeirano dia da IndependênciadeAngola. Ninguém assumiu. Os magnatas, traidores, cobardes, gasoseiros, chulos, parasitas políticos, fugiram todos. Nem um só esteve presente. Após criarem o monstro, foi aquelaa solução encontrada pela grande maioriados seus promotores. Muitas vezes pus-mea magicar com os meus botões o que pensariam eles naquele momento, quais os sentimentos que mantiveram afastados aquelaescumalha daquele momento tão grande paraAngolae para o seu povo? Era simplesmente o remorso, a vergonha, o medo, a cobardiae o sentimento de traição! Isto tudoe muito mais. São verdades quea Históriae o Tempo vão dandoa conhecer aos dois povos irmãos: angolanos e portugueses. Da partedos socialistas edos comunistas, nunca houve qualquer preocupação com os povos ultramarinos, fossem eles, brancos, negros ou mestiços. As lamentações hipócritas desses políticos, não têm outro objectivo do que dissimular o verdadeiro carácter de maquinação mundial cuja cobertura ideológica serviam easseguravam. E o povo angolano? Ao povo angolanoapenas haviam prometidoa independênciaa 11 deNovembro de 1975. A felicidade ou tragédia não faziam partedos seus compromissos. Essa corjade traidores, ficaram com a “consciência bastante tranquila” podendoassim continuarem a passearem-se pelo mundo, amealhando fortunas de duvidosa origem, sempre com um sorriso imbecil nos lábios, com que marcaram o seu gigantesco crime, quedepois resultou num crimeainda maior que foram os vinte cinco anos de guerrae o genocídio do povo angolano. Uma luta feroz entre irmãos do mesmo país. Foi um absurdo incompreensível.
Na minha óptica!... Evidentemente.
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