por
Cristina Augusta Pombares da Silva Martins
QUATERNÁRIO E PRÉ-HISTÓRIA
Entrada do abrigo Tchitundo-hulo Opeleva
As gravuras
e pinturas do Tchitundo-hulo
O
Tchitundo-hulo constitui uma das mais importantes estações arqueológicas do Sudoeste de
Angola, tendo sido objecto de estudos diversos (C. França, H. Breuil e A. Almeida,
Santos Júnior e Carlos Ervedosa) último dos quais por Manuel Gutierrez, em 1991.
Trata-se de um complexo formado pelo Tchitundo-hulo Mulume (Fig.53),Tchitundo-hulo
Mucai (ou Opeleva, segundo Gutierrez, 1996: 119), pela Pedra da Lagoa e
Pedra das Zebras (Fig. 54). Os povos desta região são os twa: os Kuissis, os
Koroka e os
Kuvale do grupo Herero.
Fig. 53 –
Tchitundo-hulo Mulume. Foto: Emmanuel Esteves
Fig. 54 -
Complexo do Tchitundo-hulo, segundo Ervedosa (1980)
O
Tchitundo-hulo Mulume
Aqui
encontram-se tanto gravuras (ao ar livre) como pinturas (em gruta). Manuel
Gutierrez (1996: 106) distingue três conjuntos de gravuras no seu estudo.
No primeiro
conjunto (Fig.56), conta trinta e duas figuras, numa superfície de 6 metros x 7,5
metros, sendo que quase todas possuem formas circulares (Fig.55) e de dimensões diversas
(de 20 cm a 83 cm); só uma de grandes dimensões (4,5 m x 0,5m) apresenta
outra forma, no entanto, já pouco visível.
As gravuras
de forma similar apresentam porém diferenças, pois umas são radiadas e
mesmo assim apresentam diferenças entre si (por exemplo, umas apresentam-se raiadas
no exterior, outras no interior); também o número de círculos que compõem cada figura
é variável (de um a doze).
No que
respeita ao estado das gravuras, também este é variável de gravura para gravura.
Gutierrez classificou treze como muito degradada (gravuras nos 1, 2,3, 4, 5, 7, 8, 9, 10,
11, 12, 28 e 29) e oito apresentando uma deterioração intermédia (gravuras nos 6, 11 (a
outra parte da figura), 14, 17, 18, 19, 22 e 23). As restantes classifica-as
como apresentando
“aparência fresca”.
De notar, no
primeiro conjunto, o predomínio das formas circulares, com diversos
círculos cada uma, isoladas ou compostas e/ou ligadas por traços. De acordo
com o levantamento e descrição de Gutierrez, e começando pela parte inferior
direita, encontra a figura por ele determinada como nº 1, relativamente
isolada. Um pouco
acima e à esquerda desta figura surgem as numeradas como 2, 3, 4 e 5 que se
mostram pouco perceptíveis pela degradação que sofreram.
A figura nº
10 surge acima e à direita destas últimas figuras, apresentando-se do mesmo modo
no que respeita à deterioração. Seguindo
para a esquerda, encontra-se um subconjunto composto pelas gravuras
nos 6, 7, 8, 9, 11, 12 e 13. A gravura nº 6, também um
pouco apagada, mas com alguns traços na
sua parte superior, orientados no sentido das gravuras nos 8 e 11.A figura nº
7 está também pouco visível, acima da qual se encontra a nº 9, e seguindo
para a direita desta, a no 8 que apresenta, na sua parte
superior, vestígios de alguns
traços orientados para a figura nº 11 e na parte inferior, outros virados para
a nº 6.
A figura
onze é composta por duas figurações ligadas entre si por traços, surge junto à nº 8
e dela parte um grande traço até esta figura e até à nº 9. A figura 13,
à esquerda da anterior apresenta pelo menos dois tacos que se separam da
sua parte inferior direita em direcção à nº 11. Na
extremidade superior direita deste subconjunto encontra-se a figura nº 12.
Ligeiramente
acima e à direita da figura nº 9, surge a nº 14 que, sendo circular, apresenta
diversos traços rectilíneos tanto no interior como no exterior, sendo que alguns
parecem tomar a direcção da figura nº 9 e outros da figura nº 17. Um outro
subconjunto desenha-se acima do descrito, composto pelas figuras
nos15, 6, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26 e 27.
A figura nº
15, embora parcialmente debelada, surge à esquerda e está ligada pela parte
superior à nº 16, por sua vez ligada, por um longo traço, à nº 21. À direita da
nº 16, surge a nº 17 também ela ligada por um traço à nº 21 e apresenta
inúmeros traços para o exterior.
Fig. 55-
Gravuras do Tchitundo-hulo. Foto Emmanuel Esteves
Fig. 56 -
Conjunto I segundo Gutierrez (1996)
As figuras nos18 e 19 estão também elas ligadas por diversos traços,
existindo vários
pequenos traços soltos por baixo destas gravuras. À direita destas, surge a nº
20 que
apresenta alguns traços na sua parte esquerda orientados para a figura nº23 e,
à sua direita um
traço longo que a liga à nº 21, sendo que esta última ocupa uma posição central
neste conjunto I. Por cima da nº 20, ligeiramente à esquerda, está a nº 23 da
qual parecem
partir algumas linhas na direcção da nº 20, bem como uma série de traços que
se soltam da
sua parte inferior esquerda À direita da
figura nº 21, surge a nº 22, com vários traços raiados
Acima do
traço que a liga as figuras nos 20 e 21,
vê-se a figura 24 que apresenta uma
dilatação da sua primeira circunferência que lhe atribuiu uma forma ovalada, na parte
superior. À direita desta, surgem as figuras nos 25 e 26, sendo que da primeira parte um
curto traço virado para baixo e para a esquerda. Mais acima
deste subconjunto encontram-se as figuras nos 28 e 29, sendo que a primeira
está em avançado estado de degradação; a segunda, embora também em mau estado,
permite ainda a visualização de alguns traços no interior, bem como no exterior da sua parte
inferior.
Na parte
superior do levantamento encontram-se as gravuras nos 30, 31 e 32. A primeira, em
bom estado de conservação, apresenta um traço linear na parte inferior esquerda; a
segunda, à direita daquela, apresenta apenas uma circunferência e um traço exterior
bipartido, virado para as outras duas figuras (nos 30 e 32); a última é uma figura circular com
raios externos., em excelente estado de conservação.
O segundo
conjunto proposto por Gutierrez envolve 16 figuras gravadas numa superfície
de 5 metros por 2 metros (Fig.58). Também aqui
as formas circulares são relevantes, correspondendo a mais de metade das
figurações, no entanto, encontramos outras formas, como por exemplo “serpentiformes”
de grandes dimensões (Fig.57) ou “grelhas”. As dimensões
das gravuras são variadas, desde 10 cm x 10 cm a 117 cm x 30cm. No
entanto, mas a maioria mede menos de 50 cm. Cerca de
metade das gravuras apresenta um “estado médio” de degradação, três a um estado
avançado (nos 8, 9 e 11) e cinco apresentam a tal
“aparência fresca” ( nos3,4, 5, 7, e
16
Fig. 57-
Gravuras doTchitundo-hulo. Foto Emmanuel Esteves
Fig. 58 -
Conjunto II, segundo Gutierrez
Na parte
inferior esquerda do levantamento, encontra-se a figura nº 1, uma forma oval, à
direita da qual se encontra a nº 2, uma outra gravura circular, parcialmente visível.
Continuando para a direita, uma extensa gravura linear (“serpentiforme”) que termina com
quatro braços na sua parte superior é a figura nº 3. Mais à direita, uma outra figura
gravada com forma linear, a nº 4, que apresenta na parte inferior uma curvatura,
subindo, a partir daí, para a direita, terminando numa espécie de forquilha muito
aberta; na parte superior, possui um círculo, saindo da parte inferior direita
deste um apêndice
linear também para a direita. Depois deste círculo a linha da gravura prolonga-se
um pouco mais, terminando numa forma sub-rectangular que sobre ela assenta. Mais acima,
e próxima da extremidade da figura nº 3, existe uma gravura de forma
circular, com um apêndice virado para a esquerda. Um pouco mais acima e à direita, a
figura nº 6 representa uma forma circular aberta na parte superior, preenchida com duas
linhas paralelas e uma vertical. Acima da
última figura referida, encontra-se a figura nº7, uma forma circular, atravessada
por um traço horizontal, enquanto outro traço vertical e mais curto passa a parte
superior da circunferência, o que faz com que o interior da gravura apresente a forma de
cruz. À direita, surge a figura nº 8, mas encontra-se fracturada, pelo que só é visível o
lado esquerdo da gravura – quatro sulcos paralelos convexos com um apêndice semi-circular
a meio do sulco externo da gravura.
Continuando
a subir, surge uma outra figura circular, também ela fracturada, com cinco
sulcos, em frente da qual, à esquerda surge a figura nº 9, de forma alongada, composta por
duas linhas semi-paralelas, tendo na parte superior um círculo cortado por uma traço
horizontal e, na parte inferior aberta com uma ligeira curvatura antes dessa abertura,
também separada do corpo principal da figura por um traço.
Ligeiramente
mais acima e à esquerda, relativamente àquela figura, existe uma linha
vertical curva e uma outra gravura linear com a extremidade superior a terminar em
forquilha, abaixo da qual e à direita existe um pequeno círculo ligado à
figura. Ambas
compõem a figura nº 10.
Continuando
para cima, encontram as gravuras nos 12 e 13, sendo a primeira uma
representação circular e a outra uma figuração oval. Por cima da nº 12, está
uma outra
gravura circular com um traço inclinado que não toca o círculo no interior, a
nº14. Ligeiramente
acima e à direita, está a gravura nº 15, de forma rectangular e aberta na
parte inferior. Na parte de
cima do levantamento, vê-se um círculo concêntrico composto por quatro
sulcos.
O terceiro
conjunto (Fig.59) situa-se numa superfície mais elevada que as anteriores,
próxima da gruta com pinturas que faz parte deste Complexo do Tchitundo-hulo. Este
conjunto comporta cinco gravuras que se estendem numa superfície de 2m x 3m. As
figuras representadas são muito diferentes, umas de difícil interpretação, outras de
forma circular e ainda uma representação antropomórfica.
Também as
dimensões das figuras são variadas, mas todas inferiores a 50cm, à excepção de
uma que, mesmo assim, não passa de 1m de comprimento. Quanto ao
estado em que se apresentam estas gravuras, Gutierrez, classificou-as de
“aparência fresca”. Na parte de
baixo do levantamento publicado por aquele autor, a figura nº 1 apresenta
uma forma circular da qual parte superior da qual sai um traço ligeiramente
inclinado
para a direita e que sobe até uma outra forma, circular no interior, mas que
por fora se
assemelha a uma estrela.
Um pouco
mais acima e à esquerda, a figura nº 2 é composta por um círculo concêntrico,
com três traços raiados (dois saem da parte de baixo e o outro da parte superior
esquerda). A figura nº
3 é composta por uma série de traços que de um ponto comum (o centro)
partem em direcções diversas; o que está orientado na direcção da figura nº 2, apresenta
uma extremidade pontiaguda e, junto dela, dois apêndices laterais de forma semelhante.
Continuando
para cima, mas agora mais à direita, surge a figura nº 4, um pequeno
antropomorfo, mais acima da qual se encontra a figura nº 5, sendo a maior gravura
deste conjunto e fazendo parte das gravuras não decifradas.
Fig. 59 -
Conjunto III, segundo Gutierrez
As pinturas
Existem dois
abrigos pintados em Tchitundo-hulo. Um, o Tchitundo-hulo Opeleva é um
abrigo que se encontra à superfície (Fig.60); o segundo abrigo, Tchitundo-hulo
Mulume, encontra-se num inselberg onde se localizam as gravuras rupestres.
O
Tchitundo-hulo Opeleva trata-se de um abrigo, num pequeno morro de granito,
distando cerca de 1 Km para leste do Tchitundo-hulo Mulume. Aqui
encontram-se pinturas no tecto e pelas paredes laterais (Fig.61), quase todas do
tipo geométrico, embora haja algumas representações estilizadas de zoomorfos
(aves,
felinos, cobras, lagartos e cágados, segundo Ervedosa, 1980:326), uma figura antropomórfica
e “dois símbolos solares”, de acordo com aquele autor. Estas
pinturas surgem a branco, vermelho e negro são semelhantes às figuras pintadas no
abrigo do Tchitundo-hulo Mulume.
Fig. 60-
Entrada do abrigo Tchitundo-hulo Opeleva. Fotos: Emmanuel Esteves
Fig. 61 -
Abrigo Tchitundo-hulo Opeleva.
O
Tchitundo-hulo Opeleva compreende cinquenta e nove figuras pintadas, segundo
Gutierrez (1996: 120), sendo que aproximadamente metade corresponde a representações
geométricas, seguidas de várias figuras não decifradas. Encontram-se ainda alguns
zoomorfos e apenas uma figura esquematizada de um provável antropomorfo.
Quanto às
cores, encontram-se quatro: o branco, o vermelho, o vermelho claro e o negro.
Mais de
metade das figuras são monocromáticas e entre estas, as cores branca e vermelha
estão equilibradamente representadas. Um terço é bicromático e poucas possuem três
cores. Apenas uma figura apresenta quatro cores (Gutierrez, 1996:120).
Infelizmente
a água da chuva infiltra-se no tecto da gruta, pelo que a conservação
das pinturas de Opeleva é urgente. Quanto à
distribuição, as pinturas concentram-se sobretudo na parede sul e no
tecto do
abrigo (Fig. 62).
Fig. 62 -
Pinturas rupestres de Tchitundo-hulo Opeleva (reconstituição), segundo Gutierrez
(1996)
À esquerda
do levantamento de Gutierrez, as figuras nos 1 e 2, representam formas
lineares e apresentam-se verticalmente, sendo que já estão desgastadas pela acção da
água. Aparece de
seguida a figura nº 3, mais pequena e de forma sub-rectangular, pintada em
vermelho, um pouco abaixo da qual se vê a figura nº 4, composta por formas circulares e
lineares, pintada a branco e vermelho. À direita desta, a figura nº 5 compreende
uma série de linhas ora vermelhas, ora brancas, com uma espécie de braço,
a branco, no
cimo.
Mais acima,
uma pequena mancha vermelha constitui a figura nº 6. Acima, um
grande zoomorfo (um pássaro, segundo Gutierrez) pintado em dois tons de
vermelho e em branco constitui a figura nº 7, à direita da qual se encontra a figura nº 8
pintada a branco, representando uma outra figura linear, com uma forma subrectangular,
um traço vertical no centro e com vários pontos de cada lado do traço. Por baixo da
figura nº 7, existe uma outra pintada em vermelho e de difícil interpretação,
sendo que apresenta uma forma alongada com apontamentos algumas vezes
arredondados, outras vezes pontudos, ligeiramente oblíqua, com diversos pontos no seu
interior, terminando numa forma circular, trata-se da figura nº 9 (Fig.63A).
Abaixo desta
ligeiramente à direita, a figura nº 10, um outro zoomorfo (um felino, segundo
Gutierrez), sendo que a suas patas traseiras estão associadas a traços e a
semicírculos,
tudo a branco.
Abaixo vemos
a figura nº 11, um outro zoomorfo coma boca aberta (outro felino, na
opinião daquele autor) pintado a branco, rodeado de um emaranhado de linhas vermelhas,
brancas e negras (Fig.63B); de notar que a sua cauda se estende até à figura nº 13. Uma
pequena mancha branca, aparece a baixo e constitui a figura nº 12.
A seguir à figura nº 11, aparecem alinhadas as nos 13, 14 e 15. A primeira destas, pintada a branco parece estar associada à nº11; a segunda é tricolor, mas pouco visível e a terceira, assemelha-se à primeira, sendo também em branco.
A B Fig. 63 - Pinturas de Opeleva. Fotos Emmanuel Esteves. A figura nº 16, acima da nº 15 e ligeiramente à direita, trata-se de uma forma de X deitado, pintado a vermelho e pouco visível.
Ao lado da figura nº 15, a nº 18 apresenta duas séries de pequenos traços paralelos horizontais, a branco, por cima dos quais surge uma mancha vermelha. À direita desta, a figura nº 19, em vermelho e a nº 20, em branco. Abaixo daquelas figuras, a nº 21,em cor branca, apresenta um enorme apêndice ovalado, do lado direito, mas não decifrada.
A figura nº 22, por baixo da anteriormente descrita, apresenta uma forma oval, pintada a vermelho, ao lado da qual se encontra uma outra também oval e em vermelho, mas incompleta, a figura nº 24. Por cima desta, vê-se a figura nº23, de forma oval, em branco (representando uma tartaruga segundo informações recolhidas por Gutierrez (1996: 126).
Ao lado da figura nº 15, a nº 18 apresenta duas séries de pequenos traços paralelos horizontais, a branco, por cima dos quais surge uma mancha vermelha. À direita desta, a figura nº 19, em vermelho e a nº 20, em branco. Abaixo daquelas figuras, a nº 21,em cor branca, apresenta um enorme apêndice ovalado, do lado direito, mas não decifrada.
A figura nº 22, por baixo da anteriormente descrita, apresenta uma forma oval, pintada a vermelho, ao lado da qual se encontra uma outra também oval e em vermelho, mas incompleta, a figura nº 24. Por cima desta, vê-se a figura nº23, de forma oval, em branco (representando uma tartaruga segundo informações recolhidas por Gutierrez (1996: 126).
Mais a acima
e à direita, surge a figura nº 26,uma forma circular, pintada em vermelho e
branco. Mais acima ainda, uma linha dupla pintada em vermelho e negro, corresponde
à figura nº 25, sendo que à sua direita aparece um zoomorfo (um bovídeo, segundo
Gutierrez) coam várias linhas brancas e vermelhas próximas e por cima da cabeça, a
figura nº 27. Este zoomorfo está por baixo de uma longa figura linear, a figura nº 30,
pintada em vermelho, branco e negro.
A figura nº
30 estende-se até a sua parte de baixo tocar a figura nº28, uma figura oval em
vermelho, enquanto a sua extremidade superior surge a figura nº 29, uma forma oval
alongada, em vermelho e branco, com quatro pontas no exterior da sua parte superior e
um traço no seu interior que a divide em duas partes, sendo que a parte inferior é
de menores dimensões.
Abaixo da figura nº 30, saem traços negros ao nível da figura nº27, abaixo da qual saem outras figuras, as nos 31, 32, 33. Junto à parte inferior da figura nº 30, uma figura longa em vermelho, branco e negro, de difícil interpretação é a figura nº 34, por baixo da qual se vê um traço em forma de Y deitado, figura nº 35. Debaixo desta, surge a figura nº 36, em negro e branco, tratando-se de uma associação de formas circulares e ovais.
Mais abaixo, a figura nº 37, parcialmente apagada, apresenta uma forma oval pintada a branco. Por baixo da figura nº 34, o círculo pintado em branco e vermelho constitui a figura nº 38.
À esquerda e
ligeiramente abaixo, a figura nº 39, também parcialmente visível, apresenta uma
forma circular, a vermelho e branco, junto à qual existe uma outra forma oval, mas
incompleta, pintada em vermelho e branco, é a figura nº 40, sendo que na direita da
sua parte inferior pode ver-se a figura nº 41, que não é mais que um traço horizontal;
na parte superior, a figura nº 42, composta por círculos e traços, em vermelho e
branco, também classificada por de difícil interpretação.
Abaixo
desta, surge um traço semi-circular pintado a vermelho, a figura nº 43. Mais à
direita, surge a nº 44, já parcialmente delidas. A figura nº
45, entre a nº 38 e a 46, apresenta um alinhamento de traços brancos.
Por baixo desta figura, a nº 46 é composta por uma série de linhas vermelhas e brancas, algumas das quais uma pouco apagadas. Ao lado desta, as figuras nos 47 e 48, já só em parte são visíveis, embora ainda se note as suas cores branca e vermelha. Por baixo da figura nº 43, a nº 49, é traço oblíquo. Na parte superior do levantamento, uma grande círculo concêntrico muito esbatido, com traços raiados no interior e dois apêndices no exterior, constitui a figura
nº 50.
Mais abaixo, uma forma oval preenchida, pintada em vermelho, mas também muito apagada, é a figura nº 51. À direita, uma série de traços vermelhos formam a figura nº 52 de um lado e a figura 54 do outro lado de uma figura oval com um círculo no centro, sendo esta a figura 53.
Na parte inferior, surgem cinco figuras um pouco delidas, às quais correspondem dois zoomorfos, uma forma circular e uma figura não decifrada.
O primeiro desses zoomorfos é a figura nº 55 (um sáurio, segundo Gutierrez), em branco; à esquerda, uma figura circular em vermelho, pouco visível, é a nº 56. O segundo zoomorfo (um felino, segundo o mesmo autor), pintado em branco parece ter as patas ligadas a traços vermelhos e brancos.
Mais abaixo,
surgem três manchas brancas e vermelhas, a que corresponde a figura nº
58, na proximidade da qual uma figura não-decifrada em vermelho assume o nº 59. Os seus
pigmentos foram datados por AMS, indicando uma idade próxima dos 2000 anos. No outro
abrigo com pinturas, o Tchitundo–hulo Mulume, percebe-se que a grande
maioria das pinturas encontra-se no tecto da gruta, ao longo de uma superfície com cerca de
20 m.
O inventário levado a cabo por Gutierrez mostra que o sítio contém pelo menos 211 figuras pintadas, contra as 180 adiantadas por Ervedosa sendo que a maioria é representações geométricas.
Aqui foram
recolhidas amostras dos pigmentos das pinturas destinados à análise micro-química
das mesmas.
Quanto às cores usadas, encontra-se o branco, por vezes aparecendo mais carregado, e ainda a utilização de três tonalidades de vermelho, negro, laranja e uma em cinzento. A grande maioria das figuras pintadas são-no numa só cor, e destas mais de metade são em branco.
Começando pela descrição, a cerca de 5 m a entrada da gruta (Fig. 64), encontra-se a figura nº 1, uma figura de forma oval com quadriculado, pintada a vermelho. Um metro mais à frente, a figura nº 2, provavelmente um zoomorfo, pintada em branco, coma alguns traços em vermelho. Mais à direita, as figuras nos 3 e 4, em branco escuro; a primeira, é composta por duas formas lineares, semelhantes a bastões, a segunda, corresponde a uma oval com um apêndice na parte superior.
Fig. 53 – Tchitundo-hulo Mulume ....................................................................................... 139
Fig. 54 - Complexo do Tchitundo-hulo ................................................................................ 139
Fig. 55- Gravuras do Tchitundo-hulo .. ............................................................................... 142
Fig. 56 - Tchitundo-hulo: Conjunto I .................................................................................... 142
Fig. 57- Gravuras do Tchitundo-hulo .................................................................................... 144
Fig. 58 - Tchitundo-hulo: Conjunto II ................................................................................... 144
Fig. 59 - Tchitundo-hulo: Conjunto III .................................................................................. 147
Fig. 60- Entrada do abrigo Tchitundo-hulo Opeleva ............................................................. 148
Fig. 61- Abrigo Tchitundo-hulo Opeleva .............................................................................. 148
Fig. 62 – Pinturas de Tchitundo-hulo Opeleva (reconstituição) ........................................... 149
Fig. 63 - Pinturas de Opeleva ............................................................................................... 151
Fig. 64 - Pinturas do Tchitundo-hulo Mulume I .................................................................... 155
Fig. 65 - Pinturas do Tchitundo-hulo Mulume II .................................................................. 156
Fig. 66 - Pinturas do Tchitundo-hulo Mulume III ................................................................. 161
Fig. 67 - Pinturas do Tchitundo-hulo Mulume IV ................................................................. 164
Fig. 68 – Pinturas do Tchitundo-hulo Mulume V ................................................................. 165
Texto integral : http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:YFaIrDjcTDgJ:repositorio.utad.pt/bitstream/10348/155/1/msc_capsmartins.pdf+&cd=11&hl=en&ct=clnk&gl=pt&client=firefox-a
Junto algumas imagens:
Tchitundu-Hulu 1
Tchitundu-Hulu 2
VIDEO
F I M
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