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Author: Alferes Velloso de Castro
Publisher: Imprensa Nacional
Year: 1908
Esta é uma cópia digital de um livro que foi preservado por gerações em prateleirade
bibliotecas até ser cuidadosamente digitalizado pelo Google, como
parte de um projeto que visa disponibilizar livros do mundo todo na Internet. Este
livro sobreviveu tempo suficiente para que os direitos autorais expirassem e ele se
tornasse então parte do domínio público. Um livro de domínio público 6 aquele que
nunca esteve sujeito a direitos autorais ou cujos direitos autorais expiraram.A
condição de domínio público de um livro pode variar de país para país. Os livros de
domínio público são as nossas portas de acesso ao passado e representam uma
grande riqueza histórica, cultural e de conhecimentos, normalmente difíceis de
serem descobertos. As marcas, observações e outras notas nas margens do
volume original aparecerão neste arquivo um reflexo da longa jornada pela qual o
livro passou: do editor à biblioteca, e finalmente até você.
I — PRELIMINARES
Ao
sul da nossa província de Angola e no interior do chamado dístricto da
Huilla, correm de norte para sul
dois importantes rios, o Cunene e o Cubango, que, nascendo
ambos nas proximidades d" Bailundo, se afastam sensivelmente um do outro no seu curso superior, correm
quasi parailclantente durante "curso médio", para no curso inferior
divergirem cada um para seu lado: o Cuncne, partindo para leste, lança-se
pouco depois no Oceano ao sul da bahia
dos Tigres; o Cubango, fugindo para leste, interna-se no curação da Africa
do sul perdendo-se nasgrandes depressões centraes onde fica o lago NGami.
Estes
dois rios, nos seus cursos inferiores de direcções oppostas, a oeste e a leste, dividem a nossa colónia de Angola
da Africa Occidental allemã e entre elesa fronteira é marcada, na extensão de
quatrocentos e cincoenta kilometros approximadamente, por uma linha de direcção
oeste-leste que, partindo de uma das cataractas
do Cunene, na Hinga, alcança o Cubango no Cuangar.
É
n'esta ultima parte do território africano que fica a grande região Ovampo, que na nossa colónia está representada principalmente pelos povos do
Kva!e, Cuanhama e Cuamato, vivendo entre o Cunene e a grande mulola
Cavungo, importante linha de agua que, des- cendo do Cahundo, quasi divide ao
meio a região entre o Cunene e o Cubango.
Só
muito tarde, ahi por meiados do século passado, é que estes povos principiaram a ser conhecidos, pois até
então era para nós um mysterio impenetrável a região a leste do Cunene; e as noticias
que dessa gente nostrouxeram os raros viajantes que se aventuravam então em
regiões tão afastadas da esphera do nosso domínio, davam esses povos, de que o
Cunhama era a principal tribu, como aguerridos e sanguinários, difficilmente
domáveis á influencia da civilisacão.
Isto,
nessa epocha, pouco nos podia interessar: limitada ao littoral de Mossamedes,
ou pouco mais alem, a acção da nossa soberania,pouco importava anatureza
rebelde desses povos longínquos.
Mas
o planalto da Huilla povoou-se de elementos boers e europeus; a esphera de
acção do nosso domínio alargava-se cada vez mais, chegando ao Humbe; e os
direitos de soberania que para nós reivindicávamos no sul de Angola até
quasi ao Zambeze, impunham-nos a obrigação de reduzir á obediência e de
manterlivres e seguras ao commercio e á civilisacão, essas e outras regiões
importantes.
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