sexta-feira, 27 de abril de 2012

Notas sobre as conclusões do Seminário Guerra de África - Portugal Militar em Africa 1961-1974 - Actividade Militar, realizado no IESM em 12 e 13 de Abril de 2012. Por Carlos de Matos Gomes e Aniceto Afonso

O texto que segue, da autoria dos Coronéis Matos Gomes e Aniceto Afonso, dois  militares insuspeitos que viveram a guerra colonial (61/74), dá-nos uma explicação para a Revolução dos Cravos, para a descolonização, para a construção da Democracia em Portugal, e vem contrariar com dados concretos e factuais, muitos desconhecidos da maior parte, algumas teorias ideológicas que afirmam que a Guerra do (então) Ultramar estava ganha ou controlada. Os autores explicam a situção concreta na Guiné, Angola e Moçambique, bem como as questões politico-militares e sociais que se viviam nas 3 Províncias Ultramarinas, bem como em Portugal. Que cada um tire as suas conclusões!


guerra ultramarAA e CMG Conclusões do colóquioIESM1213april2012.pdfguerra ultramarAA e CMG Conclusões do colóquioIESM1213april2012.pdf
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1 comentário:

Anónimo disse...

Tese sobre a "não derrota" do aparelho militar português na guerra do ultramar:

"Os aparelhos militares são sempre um instrumento da política; seja na Flandres, na Guiné ou no Afeganistão os militares portugueses combateram e combatem com o objetivo único de criar as condições para que o poder político possa atuar livremente. Os poderes políticos por sua vez, por inação, falta de visão ou convicção, é que muitas vezes criam as condições para as derrotas militares, não dando aos militares as condições e meios para que estes cumpram a sua missão.
Também por isso, quando se fala de derrota militar não há outros critérios que não os da rendição, aniquilamento, fuga e/ou retirada dos militares e, em África estes critérios acusaram negativo para o instrumento militar português.
Um outro aspeto que permite refutar a opinião da guerra perdida é que nas guerras há sempre um vencedor e um vencido. Se fosse verdade que o instrumento militar português tinha a guerra perdida, isso significaria que o inimigo de então tinha a guerra ganha, isto é, que controlaria a maioria do território e as populações. Ora, como julgo saber, isto está longe de corresponder à verdade dos factos."