No caso da delimitação de fronteiras que
tiveram por base a bacia do rio Zaire foi preciso um entendimento
científico entre as potências ocupantes (o governo português e o rei
Leopoldo da Bélgica) para que se percebesse a quem se deveria atribuir
as responsabilidades do território que viesse a ocupar. Para que tal se
conseguisse, utilizaram‑se métodos geográficos dos quais faz parte a
carta geográfica que a seguir reproduzimos. Esta é testemunho primacial
do resultado (e a um só tempo, a causa) de uma série de factos
histórico‑políticos internacionalmente relevantes para o futuro dos zombo e
de todas as sociedades presentes neste espaço histórico‑geográfico, das
quais destacamos a sociedade portuguesa que com eles tem vindo a
compartilhar o mesmo espaço geopolítico.
Este mapa foi assinado por
comissários autorizados pelos governos português, inglês e belga e diz
respeito à localização de pontos geográficos estratégicos para a
conclusão da documentação que viria a regulamentar os parâmetros da
delimitação de fronteiras entre Angola e o antigo Kongo Belga, hoje
República Democrática do Congo. No lado esquerdo do documento, está
representada a região do rio Kuango, o vértice da fronteira
noroeste de Angola. Em toda a carta são visíveis os traçados dos
percursos feitos a pé por exploradores investigadores que, após
demoradas visitas aos potentados e baseados nesses passos, viriam a
prestar as melhores informações para a definição da delimitação das
fronteiras luso‑belga. Isto viria a ter um papel profundamente relevante
para a Convenção de Berlim de 1884/1885.
Sem comentários:
Enviar um comentário