segunda-feira, 26 de maio de 2008

Carlos Mário Alexandrino, mestre da Maçonaria




Carlos Mário Alexandrino da Silva,


Natural de Luanda onde nasceu a 30 de Julho de 1925, filho de goês e de minhota; pai era coronel-médico onde fez toda a sua carreira desde capitão e onde se acha sepultado, figura muito conhecida, mestre da Maçonaria - Grande Oriente Lusitano Unido - e dilecto colaborador do antigo Alto Comissário General Norton de Mattos, foi sempre da esquerda e grande amigo e companheiro de luta democrática do velho Corrêa de Freitas fundador e director do jornal "A Província de Angola", destacando-se por suas pesquisas científicas e representação de Angola em Congressos Internacionais de Medicina Tropical; com Alberto Marques Mano Lemos de Mesquita e Fernando Santos e Castro foi fundador nos idos da década de 40 da Casa dos Estudantes de Angola, na Avenida Praia da Vitória, em Lisboa, e mais tarde, como evolução daquela que chamou a si estudantes de outras colônias passando a subdividir-se em secções e transferindo sua matriz para um edifício na Avenida Duque D´Avila, frente à recolha da Carris, da famosa casa dos Estudantes do Império que seria desactivada pela PIDE em fins da década de 50.

Desde adolescente dedicou-se sempre a actividades desportivas e jornalísticas... leia mais aqui

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Crónicas - ECMNÉSIA HISTÓRICA COLONIAL
AUTÓPSIA À HISTÓRIA DA DESCOLONIZAÇÃO PORTUGUESA

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Ensaio do mesmo autor: O ALFABETO DE DEUS...E OS MENSAGEIROS DO ALÉM
=OVNIS, ET´S E O QUE SE SABE=


Leia as cronicas de Carlos Mário Alexandrino, aqui:


Crónicas

EM SONDAGEM DE OPINIÃO PUBLICA REALIZADA EM PORTUGAL PELA: TV SIC - CATÓLICA - SALAZAR....

O PLANO CAETANISTA PARA A DECLARAÇÃO UNILATERAL DE INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA E MOÇAMBIQUE...

15 de Agosto de 1648 - SÃO PAULO D´ASSUMPÇÃO DE LOANDA FOI LIBERTADA POR TROPAS BRASILEIRAS

QUANDO O CONGO ERA UM REINO - PARTE I . PARTE II . PARTE III . PARTE IV

O QUE A HISTÓRIA DE PORTUGAL NÃO CONTA: ESCRAVOS EM PORTUGAL - PARTE I . PARTE II . PARTE III . PARTE IV

REINO DE ANGOLA : 25º ANIVERSÁRIO DA RESTAURAÇÃO DE SUA "INDEPENDÊNCIA"

CABINDA NÃO É ANGOLA - PARTE I . PARTE II . PARTE III . PARTE IV. PARTE V . PARTE VI

FUA - FRENTE DE UNIDADE ANGOLANA: OPORTUNIDADE PERDIDA POR PORTUGAL - PARTE I . PARTE II . PARTE III . PARTE IV. PARTE V

SALAZAR E A INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA - UMA REVELAÇÃO INÉDITA

PENSANDO BEM, MUGABE EM PARTE TEM RAZÃO

O DESPERTAR DO CONTINENTE ESQUECIDO...

O BRASIL DE PORTUGAL...



domingo, 25 de maio de 2008

2.2 O INDÍGENA E A SUA EDUCAÇÃO ESCOLAR

Com excepção de um pequeno período de tempo durante a Primeira República, a política educativa referente aos povos das colónias esteve sempre ligada à actividade missionária. Esta situação trazia consigo uma dupla contradição da política colonial portuguesa. Esta atribuía aos sucessivos governos a função de civilizar e, por consequência, educar, função que, por seu lado, era rejeitada pelos governos e entregue aos missionários.
Mais grave ainda era a política anti-clerical do Estado, que impedia o desenvolvimento da actividade missionária. É conhecida a extinção das ordens religiosas por Joaquim António de Aguiar, o "Mata-Frades", em 1834, que deixou a maior parte das missões sem pastor e encerrou as casas de formação que preparavam e mandavam os missionários para as colónias. A partir de 1848, algumas ordens regressaram, sem que, no entanto, os governos da altura se empenhassem em fazê-las progredir.
Durante os últimos anos da monarquia a situação voltou a agravar-se. A luta contra a Igreja revestia agora dois aspectos. A Igreja na Metrópole era atacada por todos os meios enquanto que os próprios mentores desta luta reconheciam caber às Missões um papel fundamental na relação colonial293, sobretudo se fossem Missões Nacionais.
Os colonialistas, mesmo os anti-clericais, constatavam que nas colónias as missões estrangeiras progrediam "assustadoramente". Com efeito, na conferência de Berlin, Portugal tinha aceite a obrigação de não impedir, e proteger a instalação de missões estrangeiras nas colónias, razão pela qual ao mesmo tempo que estas se desenvolviam, a presença missionária portuguesa em África era extremamente reduzida.
O problema não era o de as missões estrangeiras não ensinarem a mesma religião. A questão residia no facto de permanecerem nas colónias cidadãos
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estrangeiros, falando línguas que não o português e exercendo uma autoridade que não tinha um carácter nacional. Dizia António Enes: "E eu próprio não me lembraria de indagar a nacionalidade de missionários que só lidassem na salvação de almas; mas o Estado é que exige algum serviço, além da lida espiritual, àqueles a quem subvenciona. Exige-lhes que quando ensinam a adorar a cruz ensinem também a reverenciar a bandeira portuguesa, que com a sua autoridade moral fortaleçam e auxiliem a autoridade política, que acostumem os indígenas a orarem a Deus na língua do Rei, e não se pode esperar tanta dedicação de estrangeiros, só devotados a interesses religiosos. Não me consta que os padres não portugueses, que têm missionado na África oriental, alguma vez desrespeitassem a soberania portuguesa, mas tão injusto seria tratá-los como inimigos e conspiradores, como seria imprudente contar com eles como se fossem súbditos.
Não os considero perigosos; todavia, propagam nos sertões idiomas europeus que não são o nosso, predispõem os povos para acatarem brancos que não somos nós"294.
A opinião sobre tais missões não tinha variado em 1926 quando se podia ter no preâmbulo do Estatuto Orgânico das Missões Católicas Portuguesas da África e Timor (Dec. N° 12.485 de 13 de Out. 1926), da autoria do então Ministro Colonial João Belo. "Promovidas e estabelecidas fora de todo o espírito das nossas tradições nacionais e religiosas e de todas as relações com o povo, o Governo e a economia de Portugal, estão infinitamente longe de ser, por si mesmas, padrões do nosso domínio, centros de radiação da nossa língua, das nossas ideias, dos nossos usos e costumes e pontos de apoio aos nossos emigrantes e colonos. Não têm a alma portuguesa e chegam a ser em muitos casos outra aposta a ela e ao amor de Portugal e ao seu prestígio"295. O que era, de facto, preciso era que se orassem a Deus, o fizessem na língua do Rei. Em 1962 ainda se escrevia "só podemos considerar verdadeiramente integrados no corpo social da Nação Portuguesa, os nativos que, ao mesmo tempo, falem habitualmente e com correcção o Português e professem convictamente a Religião Católica"296. Tanto mais que a conversão dos nativos era mais do que problemática. A angústia suprema para um missionário era ver o novo convertido "regressar”ao passado. "Dir-se-à que o cristianismo só pode viver em África como as plantas mimosas fora da área natural da sua habitabilidade, em estufas. Estufas são as missões; os cristãos que se criam na sua atmosfera artificial degeneram ao ar livre, ou, pelo menos não se reproduzem. À força de desvelos conseguem os missionários reunir e disciplinar um punhado de fiéis, o que não pode ser celebrado como milagre da religião, porque o negro é dócil,
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a tudo se sujeita, tudo se lhe ensina; aprende a rezar e a entoar cantochão como a exercer um oficio, e tanto se amolda a uma disciplina moral como à disciplina doméstica ou militar. Mas se recebe as impressões com a brandura da cera, repele-as com a elasticidade da borracha. Em regra, o educando das missões, tão depressa deixa de sentir a pressão educativa que lhe deu exterioridades de santo, regressa às crenças supersticiosas, aos costumes embrutecidos, às paixões desenfreadas da sua raça e a barbarie, sendo essa regressão ajudada pelos fenómenos biológicos, - não sei se já estudados, - que paralisam o desenvolvimento intelectual do negro ao sair da infância"2976.
Continua ...

Salazar Recusou Milhões Pela Independência das Ex-Colonias

António Oliveira Salazar rejeitou uma proposta dos Estados Unidos para a independência das ex-colónias portuguesas a troco de mil milhões de dólares (782 milhões de euros), porque "Portugal não estava à venda", revela um ex-responsável norte-americano no seu livro "Engaging Africa: Washington and the Fall of Portugal's Colonial Empire".

Segundo o secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos durante a administração Clinton, Witney Schneider, o ex-presidente do Conselho rejeitou a proposta americana em 1963, durante um encontro com um enviado da Casa Branca.

O livro detalha minuciosamente, com base em documentos oficiais e entrevistas com personalidades norte-americanas e portuguesas, as relações dos Estados Unidos com Portugal e com os movimentos independentistas das ex-colónias portuguesas, em particular Angola e Moçambique, desde o início dos anos 60 até à independência de Angola, em 1975.

De acordo com o autor, em 1962, o assistente do director adjunto de planeamento da CIA, Paul Sakwa, elaborou um plano denominado "Commonwealth Plan", que visava convencer as autoridades portuguesas a aceitar o que a CIA considerava ser a inevitabilidade da independência das colónias portuguesas.

O plano previa que Portugal concedesse a auto-determinação a Angola e Moçambique após um período de transição de oito anos. Enquanto isso, seria organizado um referendo nas duas colónias para se determinar que tipo de relacionamento seria mantido entre os dois territórios e Portugal após a independência.

Durante esse período, os dirigentes nacionalistas angolano Holden Roberto e moçambicano Eduardo Mondlane receberiam "o estatuto de consultores assalariados" e seriam preparados para a liderança dos novos países.

"Para ajudar Salazar a engolir a pílula amarga da descolonização, Sakwa propôs [ainda em 1962] que a NATO oferecesse a Portugal 500 milhões de dólares [391 milhões de euros] para modernizar a sua economia", escreve Schneider.

Um ano depois a proposta daquele funcionário da CIA foi ampliada pelo diplomata Chester Bowles, que duplicou a ajuda a oferecer a Portugal, propondo que os Estados Unidos concedessem mais 500 milhões de dólares durante um período de cinco anos, ou seja um total de mil milhões de dólares durante o período de transição.

Documentos oficiais mostram que Bowles argumentou que seria "um bom negócio diplomático" se os esforços norte-americanos conseguissem resolver "o feio dilema" de Portugal a um custo de cem milhões de dólares (78 milhões de euros) por ano.

O plano dos Estados Unidos esbarrou, contudo, na inflexibilidade de Salazar.

"Portugal não está a venda", foi a resposta do ditador português quando a proposta lhe foi apresentada, em Agosto de 1963 - ainda durante a administração Kennedy - pelo secretário de Estado adjunto norte-americano, George Ball.

Franco Nogueira considerou a proposta americana uma "idiotice

O autor diz ainda que o então ministro dos Negócios Estrangeiros português, Franco Nogueira, considerou a proposta americana uma "idiotice", porque revelava que Washington acreditava poder determinar ou garantir acontecimentos a longo prazo.

Segundo Nogueira, o plano dos Estados Unidos seria o primeiro passo para a inevitabilidade do caos nas colónias portuguesas em África.

Um dos aspectos mais curiosos do livro é a exactidão com que a CIA e vários diplomatas norte-americanos fazem, com muitos anos de antecedência e em documentos oficiais, a previsão da derrota militar portuguesa em África e o derrube da ditadura.

"A derrota militar portuguesa é uma conclusão inevitável se se permitir que a revolta em Angola ganhe volume e continuidade", adverte o documento da CIA que acompanhava a proposta inicial elaborada por Paul Sakwa, pouco depois do começo da guerra em Angola.

Sakwa questiona-se mesmo se os Estados Unidos poderiam permitir que Portugal "cometesse suicídio, arrastando os seus amigos na mesma via".

O então embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Burke Elbrick, considerado em Washington como um simpatizante das autoridades portuguesas, enviou um telegrama às autoridades norte-americanas em 1963 em que dizia que Portugal estava "debaixo da espada de Dâmocles", pois não era "nem suficientemente grande nem suficientemente rico" para fazer frente a uma guerra de guerrilha em três frentes.

As guerras em África poderiam significar "o fim do império lusitano" e do regime de Salazar, escreveu ainda o diplomata, advertindo que o fim do regime poderia resultar na subida ao poder de um Governo "consideravelmente mais esquerdista ou neutral".

Em 1964 - dez anos antes da revolução do 25 de Abril -, a CIA advertiu que as guerras em África levariam ao aumento do descontentamento interno e que esse "aumento do descontentamento poderá convencer os militares da necessidade de substituírem Salazar".

Nesse mesmo ano, o Conselho de Segurança Nacional advertiu o Presidente Lyndon B. Johnson - que sucedeu a John F. Kennedy - de que as perspectivas de Portugal em África eram péssimas.

"Já não se trata de uma questão de saber se Angola se tornará independente ou não, pois a única questão é saber quando e como, tal como aconteceu na Argélia. Do mesmo modo, é uma certeza que quanto mais a luta durar, mais violenta, racista e infiltrada pelos comunistas se tornará, mais grave será a crise final a que os Estados Unidos terão de fazer face e mais caótica, radical e anti-ocidental será uma Angola independente", diz o documento.

Durante os anos 60, e face a estes avisos, muitos funcionários norte-americanos deram conta em documentos do seu desespero face à inflexibilidade do Governo de Salazar em mudar a política colonial.

Paul Sakwa, o funcionário da CIA que elaborou o "Commonwealth Plan", desesperado com a inflexibilidade de Salazar, terá chegado, ironicamente, a manifestar dúvidas de que o ditador português pudesse aceitar o plano americano "sem o benefício de uma lobotomia".

Para o secretário de Estado adjunto de então, George Ball, Salazar elaborava a política externa de Portugal "como se o Infante D. Henrique, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães fossem os seus conselheiros mais próximos".

http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1206768&idCanal=21
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From: Immigration From Hell
To: JOHNYsTONES
Posted: Tue Nov 16, 2004 4:50 pm
Subject: Re: filha da puta