quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Imperialismo II


Assumi o «fardo do homem branco»,
Enviai os melhores de vossos filhos,
Condenai vossos filhos ao exílio,
Para que sejam servidores dos seus cativos

(Rydyard Kipling)

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Prof. Lucio
 

Um dos aspectos mais importantes do sistema capitalista, na sua passagem do conteúdo liberal ao monopolista, é a associação entre: os interesses bancários e os capitais oriundos da produção agrícola na forma do capital financeiro. o capital bancário e o capital industrial na forma do capital financeiro. o capital financeiro e o capital fundiário como forma de conservação dos ideais fisiocratas. o Estado e a economia garantindo a manutenção da posição não-intervencionista do Estado na produção industrial. o Estado e a economia através da distribuição dos lucros da produção industrial aos pequenos agricultores.
O processo de expansão do Imperialismo, na segunda metade do século XIX, relaciona-se corretamente com o(a): fortalecimento do protecionismo comercial que, através da imposição de barreiras alfandegárias e da definição de zonas de influência dos países europeus na África e na Ásia, substituiu as práticas liberais pelo pacto colonial. busca de novas áreas fornecedoras de capitais que garantissem os investimentos necessários à manutenção do crescimento econômico dos países europeus recém-industrializados, tais como a França e a Bélgica. necessidade do estabelecimento de colônias fornecedoras de mão-de-obra especializada, que fossem, ao mesmo tempo, consumidoras de matérias-primas. transformação do capitalismo industrial, em seu conjunto de atividades produtivas e comerciais, em capitalismo financeiro ou monopolista, controlado por grandes conglomerados financeiros. retração demográfica européia e a conseqüente necessidade de reposição de mão-de-obra em diversas regiões industrializadas da Europa, tais como Londres e Manchester.
O fenômeno do Imperialismo ou Neocolonialismo no século XIX, que determinou a partilha da África e a dominação na Ásia, pelas potências européias, foi resultado da expansão do próprio capitalismo e da sua necessidade, sempre constante, de ampliação de mercados e áreas fornecedoras de matérias-primas e gêneros alimentícios. Assim sendo, é correto afirmar que a expansão imperialista: deu-se por meios pacíficos, porque os povos africanos e asiáticos não possuíam uma tradição belicosa e guerreira e não desenvolveram nenhuma resistência à penetração européia em seus países. deu-se com a elaboração de fortes justificativas ideológicas que enfatizavam a necessidade da missão civilizadora e humanitária dos europeus sobre os povos conquistados, considerados cultural e racialmente inferiores. ocorreu em virtude da necessidade de se levar, para as novas áreas conquistadas, as grandes levas de trabalhadores desempregados pela utilização de maquinismos, em escala cada vez maior, na indústria européia, que eram vistos como uma ameaça à estabilidade social. encontrou facilidades para se concretizar, em virtude das sangrentas lutas internas, travadas pelos povos africanos e asiáticos e da disposição das elites dirigentes de entregar o poder às potências européias para se beneficiarem economicamente. manteve as estruturas políticas e sociais dos povos africanos e asiáticos, conquistados com a estratégia de garantir-lhes a autonomia para a obtenção de maiores lucros e benefícios .
"... a 'missão civilizadora' dos povos brancos utilizou-se das ciências da época para provar sua superioridade. (...) teorias proclamavam a desigualdade dos homens e das raças como lei irrevogável, destacando-se a biologia e a etnografia..." O texto contém elementos que, servindo de respaldo ideológico, foram utilizados pelos europeus, no século XIX, para justificar a reação dos americanos à política colonialista da Inglaterra. ação colonizadora das missões jesuíticas nas colônias. dominação e a aniquilação de povos pré-colombianos. exploração e a subjugação de africanos e asiáticos. expulsão dos povos árabes do mar Mediterrâneo.
A expansão neocolonial do final do século XIX pode ser associada a busca de novas oportunidades de investimentos lucrativos para o capital excedente nos países industriais. atração pelo entesouramento permitido pela conquista de regiões com jazidas de metais preciosos. necessidade de expansão da influência da Igreja Católica frente ao aumento dos seguidores da Reforma. divisão internacional do trabalho entre produtores de matérias primas e consumidores de produtos industrializados.
"Assumi o fardo do homem branco, Enviai os melhores dos vossos filhos,Condenai vossos filhos ao exíliopara que sejam os servidores de seus cativos" Rudyard Kipling A ideologia expressa por esse poeta, que recebeu em 1907 o prêmio Nobel de literatura, serviu para justificar o: socialismo. anarquismo. imperialismo. iluminismo. mercantilismo.
O desenvolvimento capitalista desencadeado pela Segunda Revolução Industrial provocou movimentos de ampliação de mercados consumidores e de aplicação de capitais. Como resultado da expansão do capitalismo no século XIX pode-se destacar o neocolonialismo europeu na África e na Ásia. a influência dos capitais norte-americanos na economia européia. a disputa entre as potências ibéricas pelos mercados latino-americanos. o fortalecimento econômico da Alemanha com o Tratado de Versalhes. a elaboração de leis anti-trustes, com o objetivo de consolidar o poder dos cartéis.
A revolução Meiji é um evento da história do Japão que determinou: o processo de avanço do capitalismo internacional na área da Ásia e o movimento de defesa de um Japão socialista, próximo da experiência da China; o movimento de defesa das tradições orientais que propunha a união com a China a fim de fortalecer as áreas orientais contra o imperialismo ocidental; divisões internas das elites dirigentes decorrentes das diferentes visões com relação à cultura ocidental - os progressistas, aliados da China, e os conservadores, aliados dos países ocidentais reconheciam que a manutenção de uma estrutura fragmentada das ilhas limitava o desenvolvimento da agricultura e que a saída era a industrialização; a modernização da estrutura econômica japonesa, facilitou a entrada de capital estrangeiro, o processo de urbanização e a alteração de valores, desencadeando a ocidentalização do Japão; a defesa da propriedade privada com a eliminação das formas feudais de organização da terra e o incentivo às reformas agrárias vinculadas ao socialismo, bem como a manutenção das tradições, mediante o fechamento das relações com os países ocidentais e o avanço militar sobre o Império Russo.
A expansão capitalista no século XIX ficou conhecida como imperialismo, e o domínio dos países europeus sobre a África e a Ásia foi denominado neocolonialismo. Sobre o resultado da junção desses dois fenômenos - o imperialismo e o colonialismo - na África e na Ásia, assinale a seguir a alternativa correta. O imperialismo e o neocolonialismo ajudaram os povos africanos e asiáticos a saírem de seu atraso secular, possibilitando-lhes o acesso ao progresso tecnológico. A segunda revolução industrial, o capitalismo monopolista e os ideais de progresso estão associados ao imperialismo, ao neocolonialismo e ao completo domínio dos Estados Unidos, no final do século XIX. Os maiores beneficiários de todo o domínio imperialista e do neocolonialismo na Ásia e África foi a classe operária européia, em face do pleno emprego da indústria. Através do imperialismo e do neocolonialismo, as elites econômicas e políticas inglesas construíram a imagem de que eram o modelo de cultura e civilização, a ser imitado em todo o mundo. Entre as nações da África, as que transferiram maiores quantidades de pedras preciosas para a Inglaterra foram Angola e Moçambique, em razão do neocolonialismo.
Com a publicação do livro do economista inglês Hobson, "Imperialismo, um estudo", em 1902, difundiu-se o significado moderno da expressão "imperialismo", que passou a ser entendido como um esforço despendido pelas economias centrais, no sentido de promover as economias periféricas. a condição prévia e necessária ao incremento do desenvolvimento industrial nos países capitalistas. um acordo entre as potências capitalistas, visando dividir, de forma pacífica, os mercados mundiais. a expansão econômica e política em escala mundial das economias capitalistas na fase monopolista. o "fardo do homem branco", um empreendimento europeu, procurando expandir a civilização na África.


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